Dedicada aos "Deslocamentos", o pavilhão do México nos espaços do Arsenal, de 45 metros quadrados, convida a percorrer às escuras, em solidão, caminhos desconhecidos criados com 5 mil fios condutores durante os quais vozes, chuva, insetos são ouvidos e imagens são vislumbradas.
"Queríamos um pavilhão que fosse experiencial, algo que não entra apenas pelos olhos, e sim que também entra com todos os sentidos e com o movimento do corpo. Quando um se move através desses muros há as sensações", explicou à AFP, a comissária Elena Tudela.
México escolheu uma reflexão sobre as barreiras físicas, como o muro que separa boa parte de seu território dos Estados Unidos.
O tema dos refugiados, dos conflitos, das desigualdades, mas também da convivência e o diálogo, rondam a Bienal, em que participam 112 arquitetos e estúdios de 46 países e 63 pavilhões nacionais.
- Pavilhões vazios, diálogos QR -
Os muros, ou bem mais sua ausência, surpreendem nos pavilhões vazios.
Pela primeira vez na história do evento internacional, espaços históricos, como os da Alemanha e Austrália, estão vazios. O da China não pode ser montado por problemas logísticos devido a pandemia.
As cinco salas do pavilhão da Alemanha, na zona de Jardines, oferecem um código QR para responder a perguntas feitas pelo comissário da Bienal, o arquiteto libanês, Hashim Sarkis, sobre os modelos de convivência para o futuro.
O interâmbio de ideias, os encontros, serão digitalizados, dominados pela inteligência artificial, que os alemães datam em nada menos que em 2038 com uma divertida e irônica apresentação virtual.
- A colonização do espaço -
O mundo no futuro é também a vida fora do planeta terra e a evolução da tecnologia.
No Arsenal veneziano são exibidos desde as três primeiras luvas usadas por astronautas até a maquete do possível primeiro assentamento humano na Lua realizada pelo prestigioso estúdio de arquitetura SOM (Skidmore, Owings y Merril).
"Temos a ambição de realizar estes módulos espaciais concretamente em poucos anos", explicou o arquiteto Carlo Damiani à AFP, ao ilustrar o projeto desenvolvido em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA) e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Se o futuro é a colonização do espaço, para outros está dominado pela "incerteza", esse é o título do pavilhão espanhol, um dos mais complexos.
VENEZA