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Estado de Minas MOSCOU

Rússia saúda 'sinais positivos' em relações com EUA


20/05/2021 14:23

A Rússia saudou, nesta quinta-feira (20), os "sinais positivos" nas relações com os Estados Unidos, especialmente depois que Washington abandonou certas sanções contra um gasoduto estratégico, uma decisão vista com preocupação pela Ucrânia.

Enquanto Washington e Moscou negociam uma possível cúpula em junho entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o levantamento das medidas contra o principal grupo que constrói o gasoduto submarino "Nord Stream 2", que bombeará gás russo para a Europa sem a necessidade de passar pelo território ucraniano.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, saudou esse "sinal positivo" em um momento em que as relações russo-americanas estão em seu nível mais baixo, em meio a alegações de interferência eleitoral, espionagem, ataques cibernéticos e expulsões recíprocas de diplomatas.

Ele também considerou positivo o primeiro encontro, na quarta-feira, em Reykjavik, capital da Islândia, à margem do Conselho do Ártico, entre os chefes da diplomacia russa e americana, Serguei Lavrov e Antony Blinken, respectivamente.

O ministro russo descreveu a reunião como "construtiva" e acrescentou que espera o fim do "clima insalubre" entre a Rússia e os Estados Unidos.

O lado americano, por sua vez, mencionou uma discussão "produtiva" e "honesta", embora não tenha havido mais avanços nas negociações.

Apesar dos "muitos problemas que se acumulam" nas relações russo-americanas, Peskov considerou que essas discussões contribuirão para preparar a possível cúpula Biden-Putin.

- "Vitória geopolítica" -

As sanções contra "Nord Stream 2" haviam sido decididas sob a administração de Donald Trump.

Embora a oposição americana a este oleoduto permaneça "inalterável", Blinken indicou que os Estados Unidos escolheram apoiar a Alemanha, seu aliado e principal patrocinador do oleoduto na Europa, embora indiretamente também para satisfazer Moscou.

A empresa Nord Stream 2 AG, subsidiária da gigante russa Gazprom, com sede na Suíça, e seu CEO, Matthias Warnig, da Alemanha, se beneficiam, assim, de isenção de sanções.

Washington vai tomar medidas punitivas contra quatro empresas russas que implantam tubos e contra outras entidades que trabalham no gasoduto no leito do Mar Báltico, com cerca de 1.200 km de extensão e 95% concluído.

Antes mesmo deste anúncio, a Alemanha saudou a decisão, considerando-a um "passo construtivo".

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, cujo país se opõe veementemente ao projeto - uma vez que o fará perder receitas significativas com o trânsito do gás em seu território - considerou que o abandono das sanções seria uma "vitória" russa.

"Será a derrota dos Estados Unidos e da equipe do presidente Biden (...) bem como uma vitória geopolítica da Rússia", sentenciou.

Zelenski também criticou a França e a Alemanha por mostrarem pouca firmeza em relação à Rússia, uma vez que são mediadores do conflito no leste da Ucrânia.

Em abril, a Rússia enviou dezenas de milhares de soldados às suas fronteiras com a Ucrânia, aumentando o temor de uma intervenção militar.

Para os detratores do gasoduto, principalmente os países do Leste Europeu, hostis a Moscou, concluir essa obra equivale a abandonar a Ucrânia, aliada do Ocidente, que tem sofrido com as ofensivas russas, a anexação da península da Crimeia e a guerra do separatistas pró-russos no leste do país.

Seus defensores apoiam um projeto inteiramente comercial sobre o qual nenhuma consideração política deve ser feita.

O projeto associa a Gazprom a cinco grupos europeus: a francesa Engie, as alemãs Uniper e Wintershall, a austríaca OMV e a anglo-holandesa Shell.

As obras foram retomadas em fevereiro em águas dinamarquesas.

OMV AG

Engie

GAZPROM


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