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Estado de Minas MERON

Tumulto em peregrinação judaica termina com 45 mortos em Israel


30/04/2021 18:29 - atualizado 30/04/2021 18:31

Israel começou, nesta sexta-feira (30), a enterrar seus mortos após um grande tumulto que matou pelo menos 45 pessoas, incluindo crianças, durante uma peregrinação judaica ortodoxa no norte do país, o maior evento desde o início da pandemia.

"A catástrofe do Monte Meron é uma das mais graves a atingir o Estado de Israel", afirmou em uma mensagem no Twitter o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que visitou o local da tragédia e decretou um dia de luto nacional no domingo.

O que aconteceu aqui é de partir o coração (...) A maioria dos que morreram ainda não foi identificada", acrescentou o presidente, prometendo uma "investigação completa".

Nos bairros ultraortodoxos de Jerusalém e Bnei Brak, na periferia de Tel Aviv, milhares de homens vestido trajes típicos foram vistos nesta sexta-feira, pouco antes do intervalo sabático semanal, por ocasião dos primeiros funerais.

O pai de Elazar Goldberg, um israelense de 38 anos que morreu durante a peregrinação ao Monte Meron na noite de quinta para sexta-feira, tomou a palavra em Jerusalém para homenagear seu filho.

"Peça que Deus proteja seus filhos", lançou, ao que seus parentes responderam cantando: "Bendito seja, juiz da verdade" diante do corpo de Elazar, coberto com um talit (xale religioso).

"É uma tragédia para todo o povo judeu", observou Shalom Lévy.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde, 45 pessoas, entre elas crianças, morreram no tumulto desta sexta-feira. Até o momento, já foram identificados os corpos de 32 vítimas, mas o processo de identificação foi interrompido e será retomado após o shabat, que termina na noite de sábado.

Além disso, 150 ficaram feridos, de acordo com Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha.

As vítimas incluem "vários cidadãos americanos", segundo um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

- Uma catástrofe -

Na quinta-feira à noite, milhares de pessoas se reuniram para uma peregrinação para celebrar o feriado judaico de Lag Baomer, no Monte Meron, ao redor do suposto túmulo do Rabino Shimon Bar Yochai, um talmudista do século 2 que é creditado por escrever o Zohar, um obra central do misticismo judaico.

De acordo com os testemunhos recolhidos pela AFP, um grande número de peregrinos aglomerou-se para passar por um corredor muito estreito.

"Chegava mais gente, cada vez mais. (...) A polícia não deixava sair e eles começaram a se pressionar e depois a se esmagar", contou à AFP Shmuel, de 18 anos, uma testemunha da tragédia. "Dezenas de pessoas morreram esmagadas, é uma catástrofe", acrescentou.

Para ajudar os feridos, Netanyahu doou sangue a um hospital de Jerusalém, de acordo com um pequeno vídeo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, "expressou suas condolências e tristeza" em uma conversa telefônica com Netanyahu.

"Os Estados Unidos apoiam o povo de Israel e as comunidades judaicas em todo o mundo e lamentam a terrível tragédia do Monte Meron", disse Biden em um comunicado.

- "Forças e coragem" -

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, desejou ao povo israelense "força e coragem para superar estos momentos difíceis".

"Penso em todos os feridos e nos amigos e familiares daqueles que perderam a vida", declarou a Rainha Elizabeth II.

"Terríveis cenas na festa de Lag Baomer em Israel", tuitou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Em uma carta enviada ao presidente israelense Reuven Rivlin, o presidente palestino, Mahmoud Abas, expressou sua tristeza "pela tragédia" e afirmou que estava orando "pelas vítimas".

Após a debandada, ambulâncias e helicópteros foram enviados para evacuar os feridos. As equipes de resgate mal conseguiram chegar às vítimas para atendê-las por causa da multidão.

As autoridades permitiram a presença de 10.000 pessoas na área do túmulo, mas imprensa local calculou o fluxo em 100.000 pessoas, número a AFP não pode confirmar.

O comandante da polícia da região norte, Shimon Lavi, disse à imprensa que "assume a responsabilidade" pelo desastre.

"Este foi um dos incidentes mais difíceis que já tive de lidar. Ele me lembrou da época dos bombardeios", disse Kan Dov Maisel, do serviço de resgate United Hatzala, à Army Radio.


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