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Estado de Minas MISSÃO ESPACIAL

Em busca de respostas

Quinta sonda a pousar em Marte inicia pesquisas para tentar indicar se o planeta tem ou já teve vida


19/02/2021 04:00

A Perserverance tocou o solo marciano numa cratera chamada Jezero, que já abrigou um lago com cerca de 50 quilômetros de largura (foto: NASA/DIVULGAÇÃO)
A Perserverance tocou o solo marciano numa cratera chamada Jezero, que já abrigou um lago com cerca de 50 quilômetros de largura (foto: NASA/DIVULGAÇÃO)

Sete meses de viagem espacial, décadas de trabalho e bilhões de dólares investidos para responder a uma única pergunta: a vida já existiu em outro lugar que não a Terra? A Nasa tenta responder a esta pergunta com a aterrissagem ontem de sua mais recente sonda, a Perseverance.

"Viagem a Marte 99,9% concluída", tuitou a agência espacial dos EUA. "A parte mais perigosa vem no final: os últimos sete minutos".

Pela primeira vez, a missão da agência espacial americana tem o objetivo explícito de encontrar vestígios de vida antiga no Planeta Vermelho, coletando cerca de 30 amostras de rochas ao longo de vários anos.

Elas serão trazidas à Terra em uma missão planejada para a década de 2030 para serem analisadas e talvez se possa, enfim, responder a "uma das questões que nos acompanha há séculos, a saber: estamos sozinhos no Universo?", explicava na quarta-feira Thomas Zurbuchen, administrador associado da Nasa.

Perseverance é o maior e mais complexo veículo já enviado para Marte. Construído no Laboratório de Propulsão a Jato (Jet), na Califórnia, pesa uma tonelada e está equipado com um braço robótico de quase 2 metros e 19 câmeras.

A missão fez uma manobra muito perigosa ao optar pelo local de pouso mais arriscado já tentado, devido ao seu relevo: a cratera de Jezero.

Pouco depois das 17h30 (horário de Brasília), entrou na atmosfera de Marte a uma velocidade de 20 mil km/h, protegido por seu escudo térmico, ativado após a abertura de um enorme paraquedas supersônico. Sustentado por oito motores, Perseverance tocou o solo com suas seis rodas sustentadas por cabos.

Os pesquisadores acreditam que a cratera de Jezero abrigou um lago com cerca de 50 quilômetros de largura há mais de 3,5 bilhões de anos. "Temos evidências muito fortes de que Marte pode ter abrigado vida no passado", disse o vice-diretor da missão, Ken Williford. "A questão é: a Terra é uma anomalia, um golpe de sorte?", completou.

Bioassinaturas


 Os cientistas procuram o que chamam de bioassinaturas: traços de vida microbiana que "podem assumir todos os tipos de formas", como "químicos", ou "mudanças ambientais", explicou a diretora do programa de astrobiologia da Nasa, Mary Voytek. "Os astrobiólogos sonham com essa missão há décadas", afirmou, com entusiasmo.

"Ou encontramos vida, e isso seria um achado excepcional, ou não, (...) e isso vai sugerir que nem todos os ambientes habitáveis são habitados", apontou Ken Farley, cientista do projeto.

Supercâmera

Os primeiros meses da missão não serão dedicados ao objetivo de provar a possível existência de vida em Marte, mas a experiências paralelas. O helicóptero Ingenuity tentará subir no ar com densidade equivalente a 1% da atmosfera terrestre. Dois microfones têm a função de registrar o som do Planeta Vermelho. A Nasa fará experiências também com a produção de oxigênio em Marte usando um equipamento especial. Já a SuperCam, projetada por cientistas franceses, estudará as rochas marcianas com seu feixe de laser e um microfone, em busca de vestígios de vida passada.



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