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Estado de Minas ISLAMABAD

Supremo paquistanês ordena soltura de acusado no caso do assassinato de Daniel Pearl


28/01/2021 19:09 - atualizado 28/01/2021 19:13

O Tribunal Supremo do Paquistão ordenou nesta quinta-feira (28) a libertação de um militante britânico condenado por ser o mentor do sequestro e assassinato brutal do jornalista americano Daniel Pearl, que foi decapitado por jihadistas em 2002.

"O tribunal declarou que (o acusado) não cometeu delito algum neste caso", disse à AFP Mahmood Sheikh, que representava Ahmed Omar Saeed Sheikh.

Uma ordem judicial divulgada mais cedo nesta quinta dizia que Sheikh, juntamente com três cúmplices ligados ao caso, deveriam "ser libertados imediatamente", embora não estivesse claro quando isso aconteceria.

Daniel Pearl era o chefe de redação do escritório do The Wall Street Journal no sul da Ásia. Ele foi sequestrado em Karachi, em janeiro de 2002, enquanto preparava uma matéria sobre militantes islâmicos.

Quase um mês depois, após vários pedidos de resgate, um vídeo mostrando sua decapitação chegou ao consulado dos Estados Unidos.

A família de Pearl chamou nesta quinta a decisão de libertar Sheikh "uma farsa da justiça" e pediu a intervenção dos Estados Unidos no caso.

"A libertação desses assassinos coloca em perigo os jornalistas de todo o mundo e o povo do Paquistão. Instamos o governo dos Estados Unidos a tomar todas as medidas necessárias de acordo com a lei para corrigir essa injustiça", disse a família em um comunicado.

A Casa Branca afirmou estar "indignada" com a medida, que descreveu como "uma afronta às vítimas do terrorismo em todo o mundo".

Os Repórteres Sem Fronteiras também criticaram a decisão, dizendo em nota que "permanecerá como um símbolo da impunidade absoluta em torno dos crimes de violência contra jornalistas".

No ano passado, houve protestos internacionais quando um tribunal de primeira instância absolveu este homem de 47 anos do assassinato do jornalista e reduziu sua sentença para uma acusação menor de sequestro. Essa decisão revogava sua sentença de morte e ordenava sua libertação após quase duas décadas de prisão.

A medida desse tribunal deu lugar a uma série de petições contra sua absolvição, incluindo a da família de Pearl.

Mahmood Sheikh, um "extremista" nascido no Reino Unido que estudou na prestigiada London School of Economics e esteve anteriormente envolvido em outros sequestros de estrangeiros, foi detido após o sequestro de Pearl e condenado à forca.

Os advogados da família de Pearl afirmaram que Sheikh desempenhou um papel crucial na organização do sequestro do jornalista e que ordenou sua execução.

Já os advogados do réu sustentam que seu cliente foi um bode expiatório, condenado sem provas suficientes.

Sheik e os três outros homens condenados por sua participação no sequestro permaneciam detidos sob uma ordem de emergência do governo da província de Sindh. Para as autoridades locais, eles representam um perigo público.


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