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Estado de Minas SANTIAGO

Governo chileno propõe lei contra crime organizado após tiroteio em feira natalina


23/12/2020 17:55

Um tiroteio em uma feira de Natal em plena luz do dia em Santiago, que deixou uma mulher morta e cinco feridos, em um suposto acerto de contas entre quadrilhas rivais, chocou o Chile nesta quarta-feira (23), em um país onde crimes associados ao narcotráfico são pouco comuns.

Enquanto as autoridades investigam o ocorrido na noite de terça-feira, o presidente Sebastián Piñera anunciou um projeto de lei para combater o crime organizado.

O ministro do Interior e da Segurança, Rodrigo Delgado, afirmou que estes fatos podem estar ligados a quadrilhas criminosas "relacionadas com a droga, as armas e situações ilícitas, e que operam impunemente, gerando medo na população".

Em um país pouco habituado a estes fatos, mas onde são denunciados há meses "funerais narco" em caravanas, com música, em plena quarentena pela pandemia em algumas partes de Santiago e do interior do país, o tiroteio de terça-feira em uma feira natalina na comuna popular de Maipú chocou a opinião pública.

De um carro em movimento, um homem atirou no meio da multidão, provocando pânico em grande número de pessoas que faziam compras de Natal.

Uma mulher de 60 anos morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas.

Piñera pediu ao Congresso para aprovar uma série de leis que aumentem as penas para crimes comuns e anunciou a redação do novo projeto de lei que "nos permita combater melhor a associação criminosa, o crime organizado, pois é um crime que atua com planejamento, Inteligência e recursos e precisamos combatê-lo com eficácia".

"O que mais precisa acontecer para que o Congresso apresse de uma vez por todas a agenda de segurança, que em alguns casos leva anos no Congresso?", acrescentou o presidente.

Embora os crimes de maior conotação social tenham cifras decrescentes nos últimos anos no Chile, especialistas alertam para o crescente desenvolvimento no país do crime organizado.

"Os dados que temos nos crimes de maior conotação social mostram um decréscimo completo durante este ano, devido à pandemia, mas paralelamente o que sim existe é um desenvolvimento de uma presença de organizações criminosas vinculadas ao tráfico de drogas em certos territórios, onde os níveis de violência aumentaram, sobretudo os homicídios", explicou à AFP a acadêmica da Universidade de Santiago e especialista em temas de segurança, Lucía Dammert.

Para ela, o que aconteceu na Praça de Maipú é algo diametralmente oposto ao que estávamos acostumados no Chile. "Não é um tiroteio em um território, mas um tiroteio de um grupo que sai ao espaço público e atira em pessoas que não têm nada a ver", afirma.


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