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Estado de Minas

Romênia avança para coalizão de centro direta, mas sem o premier


07/12/2020 17:55

O primeiro-ministro da Romênia, Ludovic Orban, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (7) após o revés eleitoral de seu partido nas eleições legislativas, mas seu partido liberal pró-europeu permaneceria no poder graças a um jogo de alianças.

"Hoje decidi apresentar minha renúncia!", declarou diante das câmeras de televisão. "Minha decisão mostra que não estou preso a nenhum cargo. Para mim, o interesse nacional está à frente do meu partido ou da minha pessoa", acrescentou.

"Minha renúncia tem um objetivo preciso: tornar possível o lançamento das negociações com vistas à formação do futuro governo", disse.

O presidente Klaus Iohannis acatou o pedido de renúncia imediatamente e nomeou o ministro da Defesa, Nicolae Ciuca, como primeiro-ministro interino.

Iohanis convocará nos próximos dias consultas para formar uma coalizão de centro direita, apesar da vitória inesperada dos social-democratas do PSD (30%) sobre os liberais do PNL (25%), segundo os resultados após a apuração de 95% dos votos.

O presidente assegurou ter compreendido a mensagem dos eleitores: "Muitos romenos estão descontentes comigo, com os partidos políticos ou algumas medidas" adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus.

Afastados do poder no fim de 2019 devido a protestos maciços no país e de críticas de Bruxelas por "atentar contra o Estado de direito", os social-democratas do PSD colheram o descontentamento.

- Maioria 'frágil' -

O PNL de Orban, de 57 anos, que foi nomeado primeiro-ministro em 2019 após uma moção de censura que derrubou o governo social-democrata, pagou o preço da criticada gestão da pandemia e de uma crise econômica que ameaça se prolongar.

Este partido mantém, no entanto, grandes chances de formar um governo, graças à coalizão com os reformistas de uma jovem aliança centro direita, a USR-Plus, que obteve 15,5% dos votos.

Um terceiro partido deve se unir a esta coalizão: o partido da minoria magiar (húngara), UDMR, que obteve 6% dos votos.

Mas a tarefa dos liberais se anuncia complicada. "A maioria que será formada provavelmente ao redor do PNL será extremamente frágil", pois dependerá dos interesses divergentes de outros partidos, comentou à AFP o cientista político Adrian Taranu.

Se as negociações forem bem sucedidas, "o governo poderia se formar rapidamente, mas os liberais terão dificuldades para gerir esta aliança a longo prazo", continuou, avaliando, ainda, que o PNL estará de novo "à mercê dos social-democratas" para aprovar suas reformas-chave no Parlamento.

- Um candidato do PSD? -

O PSD, que parecia surpreso com sua vitória nestas eleições, marcadas por uma abstenção recorde (68%), mantém o suspense sobre suas intenções.

O outro partido que superou 5% dos votos para entrar no Parlamento é o AUR (8,8%), que se descreve como "nacionalista" e próximo da Igreja ortodoxa, majoritária neste país de 19 milhões de habitantes.

Mas "os social-democratas não podem se aliar a esta formação neofascista", avaliou o professor de ciências políticas Cristian Parvulescu em declarações à emissora Digi24, lembrando a postura antieuropeia e "coronacética" desta formação, que passou totalmente despercebida durante a campanha.

Para o cientista político Taranu, o PSD teria direito a propor um candidato de suas fileiras para o cargo de primeiro-ministro, e "provavelmente o fará, para pôr o presidente Iohannis em uma posição delicada, inclusive sabe-se que não têm nenhuma opção de formar uma maioria".

Segundo a Constituição, o chefe de Estado deve convocar partidos e negociações antes de confiar a tarefa de formar o futuro governo ao partido com mais capacidade para reunir uma maioria entre os 465 deputados e senadores.

Após uma convivência agitada entre 2016 e 2019, com três governos social-democratas, Iohannis assegurou que não permitiria um retorno do PSD durante seu segundo mandato, até 2024.

Grande vencedor das eleições de 2016, o PSD lançou uma reforma polêmica do sistema judicial, muito criticada por Bruxelas e que provocou uma onda de protestos sem precedentes desde a queda do regime comunista, no final de 1989.


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