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Estado de Minas

Flagrante de aliado em orgia gay enfraquece premier húngaro ultraconservador


02/12/2020 17:25

Um aliado próximo de Viktor Orban foi preso em uma orgia gay em pleno confinamento em Bruxelas. A revelação explodiu como uma bomba na Hungria, onde a oposição e a imprensa denunciam a hipocrisia do poder, que ataca a comunidade LGBT.

A renúncia do eurodeputado Jozsef Szajer, pilar do partido majoritário Fidesz, pode enfraquecer a situação húngara, enquanto Budapeste está envolvida em um confronto com a UE sobre o Estado de direito.

Azager admitiu na terça-feira sua participação em uma noitada clandestina em Bruxelas, que a imprensa belga descreveu como uma "orgia", da qual participaram "vinte e cinco homens nus" e "livre de covid", segundo o organizador, violando as normas sanitárias vigentes.

"Jozsef Szajer tomou a única decisão pertinente", retirando-se e desculpando-se, reagiu laconicamente a delegação do Fidesz no Parlamento Europeu.

Após um longo silêncio, o primeiro-ministro, Viktor Orban, condenou nesta quarta-feira (2) o que chamou de "um ato inaceitável e indefensável", segundo um tuíte de seu porta-voz, Zoltan Kovacs.

"O que nosso representante, Jozsef Szajer, fez, não tem justificativa para os valores de nossa família política", acrescentou.

- 'Mentira' -

Embora se recuse a fazer julgamentos de valor sobre assuntos particulares, o site independente Telex afirma que o que é problemático "é a mentira, a desonestidade". O Fidesz, lembra, "ataca as minorias sexuais húngaras, alegando que protege a 'normalidade'".

"Enquanto ele (Szajer) está se divertindo em uma Bruxelas aberta aos LGBTs, ele torna miserável a vida desta comunidade na Hungria, ao emendar a Constituição", tuitou Szabolcs Panyi, jornalista da mídia investigativa Direkt36.

A esposa do político, Tunde Hando, de 59 anos, também é membro do Tribunal Constitucional e chefiou o Gabinete Judicial Nacional entre 2012 e 2019.

Advogado, Szajer gosta de se apresentar como um dos arquitetos da Constituição húngara de 2011, após a volta ao poder do soberanista Viktor Orban.

O texto inclui particularmente uma cláusula que define "a instituição do casamento como a união entre um homem e uma mulher", visto que o governo defende "valores cristãos".

Atualmente buscam instituir que "a mãe é mulher e o pai é homem", proíbem a adoção por casais do mesmo sexo e o registro da mudança de sexo no Registro Civil.

- Posição 'debilitada' -

A apreensão de drogas em sua mochila, confirmada pela promotoria, e o descumprimento de medidas restritivas contra a covid-19, afrontam a moralidade defendida por Orban, indignou-se a oposição nesta quarta-feira.

"Enquanto os políticos do Fidesz nos ensinam sobre o cristianismo e a família, eles levam uma vida completamente diferente", comentou o ex-primeiro-ministro de esquerda Ferenc Gyurcsany.

"O desaparecimento de Jozsef Szajer", grande conhecedor dos mistérios do Parlamento Europeu, onde ocupava uma cadeira desde 2004, "enfraquecerá a posição de Orban" na próxima cúpula da UE, considera o cientista político Zoltan Lakner, editor do semanário Jelen.


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