Jornal Estado de Minas

Trump e Biden vão a estados-chave dos EUA no fim de semana pré-eleições

A poucos dias das eleições de terça-feira nos Estados Unidos, Donald Trump, Joe Biden e seus principais aliados percorriam estados cruciais neste sábado (31), em uma corrida frenética para mobilizar seus eleitores.





Em um reflexo do que está em jogo nestas eleições e do impacto negativo da pandemia do novo coronavírus, um recorde de 90 milhões de votos antecipados já foram emitidos, nestas que se desenham como as eleições com a maior participação eleitoral do último século.


O presidente republicano Trump, de 74 anos, que disputa a reeleição, advertiu para o "caos" nos Estados Unidos se não surgir rapidamente um claro vencedor nas eleições, pois considerou que poderia levar semanas para se determinar um resultado e "coisas muito ruins" poderiam acontecer no ínterim.


No entanto, as pesquisas são favoráveis ao democrata Biden, de 77 anos, que disse a seus seguidores que "é hora de Donald Trump fazer as malas e ir para casa".


Trump se concentrava na Pensilvânia (nordeste), "o estado onde começou a história da independência americana", disse na pequena cidade de Newtown, a primeira de quatro escalas neste estado em meio a um frenético sprint final.





Biden, por sua vez, fez sua primeira aparição conjunta com seu ex-chefe, Barack Obama, provavelmente o democrata mais popular do país, em Flint, Michigan, enquanto lutam por aumentar a participação em um estado em que Trump venceu Hillary Clinton por uma pequena margem em 2016.


Enquanto isso, o vice-presidente Mike Pence, fazia comício na Carolina do Norte (leste) - onde Trump e Biden estão ombro a ombro -, enquanto a colega de chapa de Biden, Kamala Harris, estava na Flórida (sudeste), outro estado-chave onde a disputa está acirrada.


A Pensilvânia, onde Trump obteve uma vitória apertada em 2016, se tornou um dos objetivos mais disputados deste ano.


Em sua caravana motorizada rumo ao condado rural de Bucks, Trump passou na frente de centenas de simpatizantes que exibiam cartazes em seu apoio.





Durante um comício neste local, o presidente atacou Biden, ao afirmar que seu adversário fecharia a indústria de combustíveis fósseis do estado.


Ele atribuiu a si o mérito de ter criado "a maior economia da história deste país, da história do mundo", enquanto "as nações estrangeiras estão em queda livre".


- O coronavírus no centro do debate -


A corrida eleitoral, no entanto, foi ofuscada pela crescente pandemia. Na sexta-feira, foram registradas no país mais de 94.000 novas infecções, e o total de casos passou dos 9 milhões, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.


Quase 230.000 pessoas morreram com o novo coronavírus nos Estados Unidos, o país mais castigado pela pandemia em termos absoluto.


Em um claro contraste com Trump - cujo filho, Donald Trump Jr., disse na sexta-feira à emissora Fox que as mortes por covid-19 tinham caído a "quase nada" -, Biden tem seguido rigorosamente as recomendações dos especialistas em saúde pública.





Ele e Obama se apresentaram no sábado em Flint diante de partidários que assistiam em seus carros em um comício no formato drive-in, respeitando o distanciamento físico, antes de seguir para Detroit.


A pandemia devastou a economia e, embora tenha havido sinais de recuperação, milhões de pessoas continuam sem trabalho.


- Estados-chave -


A eleição é disputada em um momento de profunda divisão nos Estados Unidos, com sentimentos tão polarizados que a venda de armas aumentou em algumas regiões. Os comércios de algumas cidades, como Washington, estão protegendo suas vitrines, enquanto a polícia se prepara para possíveis distúrbios.


Trump, que tentou vender os êxitos econômicos de sua Presidência, está atrás de Biden por 8 pontos, em média, mas a vitória na terça-feira depende de um punhado de estados, onde a margem é muito menor.





Em 2016, Trump aproveitou a baixa participação eleitoral dos eleitores negros em Michigan para conseguir a vitória.


Agora, Biden faz campanha ali com o primeiro presidente negro do país, esperando mobilizar os eleitores afro-americanos.


Desde a semana passada, Obama pôs sua popularidade a serviço de Biden. Organizou vários atos nos quais criticou reiteradamente a resposta de Trump à pandemia.


Em 2016, Trump venceu por uma margem muito estreita os 20 votos do Colégio Eleitoral na Pensilvânia, onde nasceu Biden, que fará campanha em seu estado natal no domingo e na segunda.


Arizona e Texas são outros estados-chave. Pence fez campanha na sexta-feira no primeiro e Kamala Harris no segundo.


Texas é um reduto tradicionalmente republicano, mas poderia surpreender com uma vitória democrata, algo que não acontece desde a vitória de Jimmy Carter em 1976.





 

(foto: Frederic J. BROWN/AFP - 26/10/20)

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