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Estado de Minas

Sírios estão dispostos a lutar no Azerbaijão por dinheiro


03/10/2020 18:19

O combatente pró-turco Abu Ahmad espera ser enviado ao Azerbaijão para lutar contra os separatistas armênios. Ele conhece os riscos, mas ganhará 80 vezes seu salário atual, o que o permite ajudar sua família na Síria.

"Eu me inscrevi (...) para ir ao Azerbaijão (...) por um salário mensal de 2 mil dólares por três meses", contou o pai de família de 26 anos, via WhatsApp, usando um pseudônimo.

Este combatente sírio, que há cinco anos se opõe ao regime de Bashar al-Assad e hoje é membro de um grupo pró-turco, em breve será enviado ao Azerbaijão através da Turquia.

O país apoia o exército azerbaijano nos combates contra separatistas armênios que duram quase uma semana na região de Nagorno-Karabakh. Acusada de usar mercenários sírios, Ancara não fez nenhum comentário oficial.

A AFP conseguiu se comunicar nesta sexta-feira pelo WhatsApp com um combatente da cidade de Atareb, no norte da Síria, que está no front.

Há meses, Abu Ahmad vive com sua família em um campo de refugiados na região de Aleppo, no norte, após ter fugido de sua aldeia na província de Idlib, no noroeste.

"Estou esperando minha vez de ir ao Azerbaijão para economizar dinheiro e voltar aqui para abrir um negócio", explica. "Não temos mais nada para comer."

Durante anos, Abu Ahmed lutou em Idlib, o último reduto hostil ao regime de Assad. Mas em março, Ancara, que apoia os rebeldes, e Moscou, um aliado de Damasco, anunciaram um cessar-fogo em Idlib após uma ofensiva do regime que deslocou cerca de um milhão de pessoas.

Com o fim dos combates, ele viu sua renda mensal cair para 25 dólares. Abu Ahmed afirma estar ciente dos riscos, mas diz não ter escolha. Estamos dispostos a nos sacrificar para atender às necessidades de nossos filhos", alegou.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) relatou no sábado a morte de pelo menos 64 sírios nos confrontos entre separatistas armênios e o exército azerbaijano.

De acordo com o OSDH, centenas de combatentes sírios estão se preparando para se juntar a mais de 850 de seus compatriotas já enviados ao Azerbaijão.


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