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Estado de Minas

Signatários do acordo nuclear iraniano se reúnem em Viena


01/09/2020 14:37

Os signatários do acordo nuclear de 2015 com o Irã reiteraram, nesta terça-feira (1) durante uma reunião em Viena, sua vontade de salvar este pacto, no momento em que os Estados Unidos querem impor sanções a Teerã e acusam os europeus de "alinhar-se com os aiatolás".

Irã, China e os europeus estão "unidos em sua determinação de preservar o acordo (...) apesar das dificuldades atuais", escreveu no Twitter a diplomata representante da União Europeia, Helga Schmid, no final do encontro que presidiu.

No encontro, oficialmente conhecido como "reunião da comissão conjunta do plano de ação global comum sobre o (programa) nuclear iraniano", participaram representantes dos Ministérios das Relações Exteriores dos seis países envolvidos (Irã, China, Reino Unido, França, Alemanha e Rússia).

O acordo de 2015 oferece ao Irã o levantamento de uma parte das sanções internacionais em troca de garantias de que provem a natureza exclusivamente civil de seu programa nuclear.

Os Estados Unidos retiraram-se do acordo em 2018 restabeleceram sanções unilaterais. Em resposta, Teerã acelerou sua produção de urânio, que ultrapassa quase oito vezes o limite autorizado, de acordo com o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de junho.

Em 21 de agosto, Washington ativou formalmente um procedimento polêmico na ONU pedindo o restabelecimento das sanções internacionais contra o Irã em um mês, mas seus aliados europeus se opuseram.

O tom aumentou nas últimas semanas: o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, chegou a acusar a França, o Reino Unido e a Alemanha de terem "optado por alinhar-se com os aiatolás" no poder na República Islâmica.

Nesta terça-feira, o diplomata chinês Fu Cong disse à imprensa no final da reunião em Viena que "os Estados Unidos zombam da lei internacional e isso não deveria ser permitido".

- Coesão -

Em um contexto de tensão, a coesão entre iranianos, europeus, russos e chineses sofreu com a falta de cooperação de Teerã com a AIEA, órgão da ONU encarregado de controlar as atividades nucleares do Irã.

Há meses, o órgão pedia acesso a duas instalações iranianas para realizar os controles, mas o Irã recusava, o que complicou a posição dos europeus contra seu aliado americano.

Mas na semana passada, o Irã autorizou a AIEA, colocando-se "globalmente em sintonia com o resto do mundo, enquanto os Estados Unidos parecem isolados", estima Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

Os inspetores da AIEA vão poder colher amostras no local e, segundo um diplomata consultado pela AFP, levará "três meses para ter resultados".

- "Confirmidade total" -

"Irã deve retornar a uma conformidade total" com o que estabelece o acordo, estimou o diplomata chinês nesta terça.

De acordo com a agência Bloomberg, o Irã também transferiu recentemente centrífugas, usadas para enriquecer urânio, para uma nova sala em sua principal usina de combustível nuclear em Natanz, alvo de uma sabotagem em julho.

"As atividades nucleares do Irã continuam a ser uma grande preocupação para os Estados que se dedicam à não proliferação", estima Fitzpatrick, e as grandes potências devem lembrar Teerã dos compromissos assumidos em 2015.

A AIEA, que informa regularmente seus Estados membros sobre as atividades nucleares do Irã, publicará um novo relatório em setembro.


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