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Estado de Minas

Casa Branca anuncia fim das reuniões no Congresso sobre segurança nas eleições


30/08/2020 11:31

A Casa Branca revelou que vai acabar com as reuniões em que informa em primeira mão os comitês de inteligência do Congresso a respeito da interferência eleitoral estrangeira, o que provocou uma onda de acusações sobre a tentativa de acobertar a ajuda russa à reeleição do presidente Donald Trump.

O anúncio do governo americano acontece dois meses antes da eleição presidencial, enquanto Trump minimiza a ameaça de interferência estrangeira e acusa os democratas de vazar informações confidenciais.

"Provavelmente o instável Schiff, mas outros também, vazam informações à mídia de notícias falsas", tuitou o presidente no sábado, em referência ao presidente do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, Adam Schiff.

Trump não apresentou provas sobra a acusação, que repetiu diversas vezes durante seu mandato.

"Não importa do que ou de quem se trate, incluindo a China, os canalhas transtornados gostam da narrativa de Rússia, Rússia, Rússia", completou.

O Congresso seguirá com acesso a relatórios confidenciais escritos, mas os parlamentares não poderão mais fazer perguntas aos funcionários do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI).

Os democratas do Congresso reagiram com revolta e chamaram a medida de "vergonhosa", ao mesmo tempo que acusaram Trump de acobertar a interferência russa.

"Como de costume, o presidente Trump está mentindo. Trump demitiu o último DNI (Diretor de Inteligência Nacional) por informar o Congresso sobre os esforços russos para ajudar em sua campanha", tuitou Schiff.

"Agora termina por completo com as sessões informativas. Trump não quer que o povo americano saiba sobre os esforços da Rússia para ajudar em sua reeleição".

Schiff e a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, pediram em um comunicado que a administração e a comunidade de inteligência retomem as sessões informativas.

"Se não estiverem dispostos a fazê-lo, consideraremos todo o leque de ferramentas disponíveis na Câmara para obrigá-los a fazer isto", afirmaram.

Em uma carta com data de 28 de agosto e divulgada no sábado pela imprensa americana, o diretor de Inteligência Nacional, John Ratcliffe, escreveu aos principais congressistas dos dois partidos nos comitês de inteligência da Câmara de Representantes e do Senado para explicar a mudança.

- "Sem precedentes" -

"Penso que esta estratégia ajuda a garantir, na maior medida do possível, que as informações que o ODNI proporciona ao Congresso em apoio a suas responsabilidades de supervisão sobre a segurança das eleições, a influência estrangeira maligna e a interferência eleitoral não sejam mal interpretadas nem politizadas", escreveu.

O chefe de gabinete da Casa Blanca, Mark Meadows, afirmou no sábado durante uma visita de Trump a Louisiana e Texas, estados afetados pelo furacão Laura, que "a última vez que organizaram sessões informativas, alguns membros saíram e falaram com a imprensa, passando informações que não deveriam ter revelado".

O vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Mark Warner, chamou a decisão de deter as reuniões informativas pessoais de "tentativa sem precedentes de politizar um tema, como é proteger nossa democracia da intervenção estrangeira, que deveria ser não partidária".

Os membros do Comitê de Inteligência dos Estados Unidos, assim como o ex-diretor do FBI Robert Mueller, afirmaram publicamente que Moscou está retomando a campanha de 2016 para ajudar Trump a vencer as eleições.

William Evanina, diretor do Centro Nacional de Contrainteligência e Segurança, advertiu no início do mês que China, Rússia e Irã estavam tentando interferir, entre outros meios de comunicação, com desinformação.

O Comitê de Inteligência do Senado, liderado pelos republicanos, publicou no início de agosto o relatório mais detalhado até o momento sobre a interferência russa em 2016.

O documento acusa a campanha de Trump de receber com satisfação a ajuda de Moscou e apresentou novas informações sobre contatos entre funcionários de inteligência russos e o círculo íntimo de Trump.

O presidente nunca criticou a Rússia pela questão e ficou do lado do presidente Vladimir Putin a respeito das agências de inteligência de Moscou em uma reunião em 2018 em Helsinque.


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