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Estado de Minas

Desentendimento no governo Bolsonaro ameaça combate contra desmatamento e queimadas


28/08/2020 23:43

O governo brasileiro protagonizou nesta sexta-feira (28) um verdadeiro imbróglio, após o Ministério do Meio Ambiente anunciar a suspensão das operações de combate ao desmatamento na Amazônia e às queimadas devido a cortes orçamentários, antes de corrigir a informação.

O primeiro comunicado ministerial gerou comoção ao indicar que "serão interrompidas a partir da zero hora de segunda-feira (31/08) todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do país".

O motivo citado foi o boqueio, por parte de um órgão ligado ao Ministério da Economia, de cerca de 60 milhões de reais do orçamento do IBAMA e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

As reações ao comunicado foram imediatas e questionaram a política do governo do presidente Jair Bolsonaro, partidário da abertura da selva amazônia para atividades de mineração e e do setor agropecuário.

A WWF-Brasil lamentou "o absurdo cancelamento de todas as operações", em um momento em que "os índices de desmatamento e incêndios na Amazônia aumentam, assim como os números de focos de fogo batem recordes no Pantanal". A ONG afirmou que a decisão "reforça a mensagem que vem sendo emitida pelo governo federal de que o crime não será punido e, portanto, compensa".

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, rapidamente desmentiu o anúncio e culpabilizou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por agir com "precipitação".

"O ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer. Não vão ser bloqueados os 60 milhões entre Ibama e ICMBio", afirmou Mourão, lamentando uma "polêmica que não deveria existir" criada por Salles.

Menos de duas horas após o primeiro comunicado, o Ministério do Meio Ambiente voltou a se pronunciar para retificar a informação, explicando que "houve o desbloqueio financeiro dos recursos do IBAMA e ICMBIO e que, portanto, as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente".

De acordo com Mourão, o governo "está buscando recursos para o auxílio" emergencial, que ajuda mensalmente milhões de brasileiros atingidos pelas consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus. Ainda segundo o vice-presidente, isso obriga "cada ministério a dar sua contribuição".

A criação em janeiro do Conselho da Amazônia Legal, presidido por Mourão, depois da crise diplomática provocada pelo desmatamento recorde de 2019, tirou certo protagonismo de Salles na área ambiental.

Em julho, o desmatamento na Amazônia diminuiu em 36% em relação aos níveis recordes de julho de 2019. Mas, no período de agosto 2019 a julho de 2020 (ano referência no calendário do desmatamento), o crime atingiu 9.205 km² da floresta, um aumento de 34,5% em relação aos 12 meses anteriores.

No Pantanal, o número de queimadas triplicou em agosto, em relação ao mesmo mês de 2019.


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