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Estado de Minas

Manifestações contra o Kremlin agitam Extremo Oriente russo


25/07/2020 12:25

Multidões de manifestantes foram às ruas contra o governo neste sábado (25), em Khabarovsk, distrito do Extremo Oriente russo, após a prisão de um popular governador local e sua substituição esta semana por um político nomeado pelo Kremlin que nunca viveu na região.

Os habitantes de Khabarovsk, perto da fronteira com a China, protestaram após a prisão, em 9 de julho, do governador Sergei Furgal, acusado de assassinatos e que foi destituído do poder oficialmente na segunda-feira passada.

Esses protestos estão entre os mais importantes dos últimos anos contra o governo russo. Esta semana, o Kremlin afirmou que esses atos estão sendo incitados de fora da região por militantes de oposição.

Neste sábado, milhares de manifestantes tomaram as ruas da cidade, agitando bandeiras locais e cartazes, e repetiam palavras de ordem contra o presidente Vladimir Putin.

"Queremos que libertem o nosso governador, porque acreditamos que, muito provavelmente, foi preso ilegalmente", disse Alina Slepova, um manifestante de 24 anos.

Os ativistas se reuniram em frente à sede da administração regional, na praça Lênin, gritando "Liberdade" e "Putin, renuncie".

De máscara, os policiais permitiram os protestos, apesar das rígidas medidas para se evitar aglomeração de pessoas, em meio à pandemia do novo coronavírus.

- "Nada em troca" -

Mesmo após começarem as reações depois da prisão de Furgal, a mobilização também foi uma via para canalizar a frustração com o Kremlin.

"A capital está absorvendo recursos do (distrito) Extremo Oriente", disse Alexander Gogolev, de 45 anos, um manifestante que expressou seu descontentamento porque a região não recebe "nada em troca".

Segundo os responsáveis pelo evento em Khabarovsk, a manifestação reuniu cerca de 6.500 pessoas, mas as mídias partidárias de oposição afirmaram nas redes sociais que o protesto contou com quase 90 mil participantes.

Os jornalistas que cobriram o evento estimaram que se tratou de uma das mais importantes manifestações desde o inicio dos protestos no começo do mês.

A polícia em Moscou prendeu pelo menos dez pessoas que se reuniram na capital em apoio aos manifestantes de Khabarovsk, relatou uma ONG.

Na segunda-feira, Putin destituiu Furgal, de 50 anos, e nomeou em seu lugar um deputado do mesmo partido nacionalista LDPR, Mikhail Degtiarev, de 39.

Furgal, que se encontra em prisão preventiva em Moscou, está sendo acusado de vários assassinatos cometidos há mais de 15 anos, quando era empresário.

Seus apoiadores consideram que este assunto é uma forma de neutralizar um adversário do partido no poder, a Rússia Unida. Membro do LPDR, Furgal foi eleito governador contra o candidato do Kremlin com quase 70% dos votos.

Os moradores de Khabarovsk veem Degtiarev como um estranho sem experiência e sem conhecimento sobre a região.

Em um vídeo publicado no Instagram esta semana, o novo governador rejeitou os pedidos de renúncia e disse que as manifestações em massa não refletem a opinião pública geral.

Antes desses eventos, ele sugeriu que cidadãos de fora, procedentes de Moscou, foram à localidade para organizar os protestos.

O Kremlin negou estas acusações de interferência estrangeira, mas disse que as manifestações são um "nutriente [...] para os encrenqueiros" e ativistas da "pseudo-oposição".

Já o líder opositor Alexei Navalni respaldou os protestos e afirmou, esta semana, que as reivindicações terão sucesso apenas "com o apoio de todo país".


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