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Estado de Minas

Presságio de 'desastre' em Barcelona por nova onda de coronavírus


18/07/2020 12:49

"Isso é um desastre", resume María Quintana, desolada, em frente ao seu bar vazio em Barcelona, onde as autoridades pediram que seus cidadãos ficassem em casa diante de um vírus que se alastra novamente.

A segunda cidade maior espanhola amanheceu desanimada neste sábado com as medidas do governo regional catalão para conter a proliferação de casos, que triplicaram em uma semana.

Entre elas, a recomendação de não sair de casa, se não for necessário, a proibição de reunir mais de 10 pessoas ou o fechamento de teatros, cinemas e boates.

"Justo agora que estava começando a notar uma recuperação e que havia alguns turistas de fora da Espanha", lamenta María Quintana, de 35 anos, em seu pequeno estabelecimento.

Em frente ao balcão do bar, os bancos foram removidos porque as autoridades regionais proibiram o serviço ali. Na área externa, as mesas foram separadas, mas não há clientes.

"Se restabelecerem o confinamento, fecharei as portas, porque não conseguiremos sobreviver", assegura.

As novas restrições vêm menos de um mês após o fim do estado de alarme na Espanha, com um severo confinamento decretado pelo governo para reduzir significativamente a transmissão de um vírus que matou mais de 28.400 pessoas no país.

Também prejudicou gravemente o tecido econômico do país, especialmente em setores como o automotivo e o turismo, que esperava mitigar as perdas durante a temporada de verão.

Em frente à basílica inacabada da Sagrada Família, um dos monumentos mais visitados de Barcelona, os turistas podiam ser contados com os dedos das mãos.

"Não sabíamos das medidas, embora seja verdade que vimos muitas pessoas na rua. Mas não acho que vamos mudar nossos planos", disse Karolina Kapounova, uma checa de 23 anos de idade, por trás da máscara sanitária, cujo uso em espaços públicos é obrigatório na maioria das regiões da Espanha.

"Com o calor, é um pouco chato", acrescentou.

"Vimos turistas, mas poucos. Eles chegam e descobrem que a Sagrada Família está fechada", explica Joan López, dono de um quiosque localizado em frente ao templo.

Embora "precise do turismo como o ar que respira", o comerciante prefere que sejam tomadas medidas rigorosas para minimizar o vírus.

"Com recomendações, as pessoas ignoram. Hoje a cidade parece vazia, mas porque ontem todos estavam fora", exclama.

Embora o governo regional tenha pedido aos mais de três milhões de habitantes de Barcelona e sua área metropolitana que não o fizessem, os serviços de trânsito registraram cerca de 350.000 veículos partindo para as áreas costeiras.

"É um erro", alertou o diretor do comitê regional de monitoramento do coronavírus, o Dr. Jacobo Mendidoroz. "O próximo passo é o confinamento em casa", acrescentou.

E enquanto esperam para calcular os danos desse retrocesso, multiplicam-se as críticas ao governo separatista catalão, acusado de falta de preparo para controlar a doença.

"A má administração nos levará a um novo confinamento", previa neste sábado o editorial do jornal catalão Ara, próximo ao separatismo.


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