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Estado de Minas

Espanha pede a milhões que fiquem em casa; UE planeja resgate pós-pandemia


17/07/2020 20:07

Quatro milhões de moradores de Barcelona foram convocados a permanecer em casa ante a escalada dos casos de coronavírus, enquanto, no Brasil, o número de infectados atingiu um platô e os líderes da União Europeia (UE) planejavam em Bruxelas um resgate sem precedentes, ante uma economia arrasada pela doença.

"Somos forçados a recuar um passo, para que não tenhamos que retornar, nas próximas semanas, ao confinamento total da população", disse a porta-voz do governo regional catalão, Meritxell Budó, que também pediu aos cidadãos que não se locomovam a outras regiões neste fim de semana.

A Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia com mais de 28.400 mortes, impôs um severo confinamento em meados de março que reduziu significativamente a transmissão do coronavírus. Desde o seu encerramento, em 21 de junho, o país enfrenta uma aceleração de infecções com mais de 150 surtos ativos, especialmente preocupantes nas regiões da Catalunha e Aragão.

As medidas anunciadas nesta sexta-feira e rafiticadas pela justiça incluem a proibição de reuniões de mais de dez pessoas, a redução de 50% na capacidade de bares e restaurantes e o fechamento de locais de entretenimento, como teatros, cinemas e instalações esportivas.

A ordem passa a valer a partir de sábado às 09h00 e terá duração mínima de duas semanas. Segundo o governo regional, as restrições afetam cerca de 4 milhões de pessoas, incluindo a região metropolitana de Barcelona, um dos mais importantes destinos turísticos europeus. Na última semana, de acordo com dados do governo catalão, a cidade registrou 733 casos positivos por teste de diagnóstico PCR, contra 279 na semana anterior.

O número de mortos pelo novo coronavírus no mundo supera 590 mil e há quase 14 milhões de casos oficialmente registrados, segundo um balanço da AFP, apesar das medidas sem precedentes tomadas pela maioria dos países para conter a propagação da doença.

A Índia superou hoje o marco de 1 milhão de casos e se tornou o terceiro país do mundo em número de infectados, atrás de Estados Unidos e Brasil. Em um dia, houve 35 mil novos casos e 700 mortos.

Nos Estados Unidos, que somam 3,5 milhões de infectados e mais de 138 mil mortos, a Flórida parece ser o novo epicentro da doença. Nas últimas 24 horas, aquele estado registrou 156 mortos e 14 mil infectados, cifras que superam as de Califórnia e Texas.

O médico Anthony Fauci, referência em doenças infecciosas, pediu aos jovens que levem o vírus mais a sério: "Quanto antes acabarmos com isso, mais cedo voltaremos à normalidade e vocês poderão se divertir livremente. Agora não é o momento."

- Brasil atinge platô -

No Brasil, que registra mais de 76 mil mortos, foi superada ontem a barreira simbólica dos 2 milhões de infectados. "Dois milhões é um número simbólico, porque não temos testes em massa. Provavelmente há quatro ou cinco vezes mais. Os cálculos mais pessimistas apontam para dez vezes mais", disse à AFP o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas e do Hospital Albert Einstein de São Paulo.

A epidemia do novo coronavírus atingiu um "platô" no Brasil, informou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), instando o país a aproveitar a oportunidade para controlar as infecções. "O aumento dos casos no Brasil não é mais exponencial, atingiu um platô", disse o responsável de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan, em entrevista coletiva virtual.

A taxa de reprodução do vírus, que mede o número de novas pessoas contaminadas por cada pessoa infectada, superior a 1,5 ou 2 em abril/maio, se mantém agora entre 0,5 e 1,5 nas diferentes regiões do Brasil, explicou Ryan.

Em toda a América Latina, o número de infectados supera 3,6 milhões e o de mortos, 156 mil. Na Bolívia, o ministro de Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural, José Abel Martínez, tornou-se o sétimo infectado do gabinete da presidente Jeanine Áñez, que também contraiu o vírus.

O governo argentino anunciou nesta sexta-feira uma flexibilização do confinamento na região metropolitana de Buenos Aires - apesar da persistência de um número elevado de infecções pelo novo coronavirus -, com a retomada gradual das atividades a partir da próxima segunda-feira.

Em Buenos Aires e periferia, será reaberto o comércio não essencial, indústrias e serão permitidas algumas atividades profissionais. Também serão permitidos saídas esportivas e cultos limitados em templos religiosos, anunciaram o prefeito Horacio Larreta e o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, em entrevista coletiva com o presidente Alberto Fernández.

O presidente argentino pediu que a população redobre os cuidados individuais. "Estamos muito longe de termos superado a situação. O risco é latente", assinalou Fernández. "O esforço que fizemos permite que nos mostremos como um dos países com menor número de mortos."

O Paraguai adiou a retomada do futebol, prevista para hoje, devido a casos de Covid-19 detectados em três equipes.

- Hora da verdade -

O ambiente era sombrio em Bruxelas, no momento em que os líderes da UE se reúnem pessoalmente pela primeira vez em cinco meses, com a esperança de lançar um plano de resgate ambicioso.

"As diferenças ainda são muito, muito grandes (...) espero negociações muito difíceis", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo país ocupa a Presidência pro tempore da União Europeia.

Para tirar a UE da recessão, Bruxelas propôs um plano de 750 bilhões de euros (cerca de US$ 840 bilhões), uma quantia que tomaria emprestada dos mercados em nome dos 27, criando assim uma dívida comum - um marco na história do projeto europeu.

Os países chamados "frugais", adeptos do rigor fiscal (Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria), questionam o valor do fundo, que beneficiaria especialmente os do sul, e sua distribuição, uma vez que preferem que haja mais empréstimos e menos subvenções. "É a hora da verdade (...) para a Europa", resumiu o presidente francês, Emmanuel Macron.

A economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, pediu hoje ao G20 que estenda o alívio da dívida às nações mais pobres que lutam contra a pandemia.


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