Os Estados Unidos pediram ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para manter viva a perspectiva de um Estado palestino enquanto considera a anexação de parte da Cisjordânia, informou um alto funcionário nesta quinta-feira (16).
O governo de Netanyahu havia definido o dia 1º de julho como uma possível data para iniciar a anexação oficial dos territórios palestinos ocupados em 1967, de acordo com um plano proposto em janeiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O plano de Trump também estabelece as bases para um Estado palestino independente, embora seja desmilitarizado e sua capital não esteja dentro da disputada cidade santa de Jerusalém.
David Schenker, o principal diplomata americano para o Oriente Médio, informou que Netanyahu está enfrentando pressão interna, já que alguns de seus partidos que exigem anexação "não estão muito apaixonados pela visão de paz que um Estado palestino também exige".
"Portanto, pedimos aos israelenses que não façam nada para impedir a implementação dessa visão", afirmou Schenker.
O diplomata informou não ter certeza se Netanyahu prosseguiria com a anexação, ao mesmo tempo em que avalia o impacto que isso teria.
O governo Trump, cuja base evangélica é fortemente pró-Israel, declarou que Netanyahu tem o apoio de Washington para anexar a Cisjordânia.
No entanto, Schenker acrescentou que Israel estava ciente da ameaça das repercussões vindas das potências europeias, e de fortes críticas dos estados árabes aliados.
A Autoridade Palestina rejeitou o plano de Trump e acusou o governo dos EUA de preconceito e de tentar conseguir apoio dos palestinos ao fazer promessas sobre investimentos futuros.