A polícia deteve nesta quarta-feira (15) mais de cem pessoas depois de uma ação da oposição no centro de Moscou, segundo a ONG OVD-Info, especializada no acompanhamento de manifestações na Rússia.
No total, 103 pessoas foram detidas na capital russa, após uma concentração não autorizada contra a reforma constitucional que permite que o presidente Vladimir Putin permaneça no poder até 2036.
Correspondentes da AFP viram manifestantes e jornalistas ser detidos em uma rua do centro de Moscou, após o protesto organizado na praça Pushkin.
A agência de notícias pública TASS, citando fontes policiais, também informou que mais de cem pessoas tinham sido detidas e levadas para delegacias.
Uma vereadora da oposição, Yulia Galiamina, informou pelo Facebook que tinha sido detida com a filha em Moscou.
Os manifestantes foram ao local para assinar uma petição para um possível recurso junto ao Tribunal Supremo contra a reforma constitucional russa.
Após uma votação organizada no fim de junho e começo de julho, esta reforma foi validada por quase 78% dos eleitores, segundo resultados oficiais, mas a oposição denuncia fraudes maciças.
"Eu votei contra", disse Inna Golovina, contadora de 46 anos que participou da manifestação na quarta-feira.
"Dizem que os resultados foram manipulados. Vim expressar minha oposição", acrescentou.
A revisão da Constituição prevê, entre outras questões, reforçar os poderes do presidente Vladimir Putin e permitir-lhe permanecer no poder por mais dois mandatos, até 2036, quando terá 84 anos.