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Estado de Minas

Afro-americano recebe indulto 100 anos depois de escapar de linchamento


postado em 12/06/2020 16:43

Em 15 de junho de 1920, três homens negros foram linchados em Duluth, norte dos Estados Unidos, acusados sem provas de terem estuprado uma mulher branca.

Cem anos depois, a justiça perdoou um quarto afro-americano condenado por esse crime, que ele sempre negou.

Max Mason, que morreu em 1942, tornou-se o primeiro homem a se beneficiar do perdão póstumo no estado de Minnesota nesta sexta-feira(12), algo simbólico no momento em que os Estados Unidos enfrentam as raízes históricas do racismo.

O pedido de perdão foi feito muito antes de um policial branco sufocar George Floyd em 25 de maio em Minneapolis, provocando uma gigantes onda de indignação por todo o país.

"Nas últimas semanas, nos mostraram que precisamos de uma justiça mais eficaz em Minnesota. O perdão de Max Mason é um passo muito atrasado nessa direção", disse o advogado Keith Ellison.

Em 14 de junho de 1920, a jovem Irene Tusken e uma amiga assistiram a um espetáculo de circo em Duluth.

No dia seguinte, a jovem disse ao pai que elas haviam sido atacadas por membros do circo após a apresentação e que sua amiga havia sido estuprada.

A polícia prendeu imediatamente vários funcionários negros, incluindo Max Mason, e os exibiu ao casal, que não os reconheceu.

Um médico examinou a jovem mas não encontrou vestígio de violência sexual, segundo documentos do tribunal.

Max Mason foi libertado e seguiu viagem com o circo itinerante.

No entanto, a polícia prendeu outros suspeitos. Durante a noite, um grupo invadiu a delegacia e sequestrou três homens, arrastando-os pelas ruas de Duluth antes de enforcá-los diante de milhares de pessoas.

A cidade natal de Bob Dylan, que dedicou a música "Desolation row" a esse crime, pediu desculpas e ergueu um memorial em 2003 em memória das vítimas.

Embora tenha escapado da morte, Max Mason teve que lutar com a justiça, que o condenou a 30 anos de prisão, principalmente porque ele e Irene Tusken sofriam de gonorreia, uma doença venérea comum.

Certamente ele não teria sido condenado "se fosse branco", estimou o promotor local Mason Forbes na época, citado no pedido de perdão.


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