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Estado de Minas

Venezuelanos voltam andando de Lima para casa


postado em 21/05/2020 19:37

"De volta para casa" é o lema de 28 migrantes venezuelanos que, com malas na mão, caminhavam nesta quinta-feira (21) em uma estrada do Peru de volta ao seu país, depois de perderem o emprego em Lima devido ao coronavírus.

"Nossa situação é muito dramática, não temos dinheiro para nada, não temos comida, não temos onde dormir, é por isso que estamos retornando ao nosso país", declarou Orangel Cabezas, 42, líder do grupo, à AFP por telefone.

"Tentamos suportar a quarentena e o isolamento, mas não conseguimos, deixamos nossas casas despejadas. Nosso objetivo era poder sustentar nossos filhos, nossos pais. Esse objetivo foi quebrado com a pandemia", declarou Orangel.

O grupo, que caminha rumo ao norte em direção à fronteira com o Equador, é composto por 28 venezuelanos, incluindo sete mulheres, uma delas grávida. Há também um cachorro que eles adotaram em Lima.

Os 28 se reuniram em um shopping ao norte de Lima na quarta-feira e tiveram que contornar os controles policiais na rota.

"A polícia não nos deixou sair. O Peru foi muito gentil conosco se pudéssemos ficar, ficaríamos", afirmou Cabezas.

O grupo tem uma longa jornada pelo Equador e depois pela Colômbia, até chegar ao país, envolvido na pior crise econômica e social da história recente, que estimulou o êxodo de milhões de pessoas.

O grupo, com pessoas entre 19 e 60 anos, estava caminhando nesta quinta-feira para a cidade de Chancay, 70 km ao norte de Lima, e espera parar ao chegar a Huacho, a 140 km da capital peruana.

"Dormimos (de quarta a quinta-feira) sobre pedaços de papelão. O frio era muito intenso, até molhava a grama", disse Cabezas, que usava máscara e boné de beisebol com a bandeira de seu país.

"Trazemos 200 máscaras e álcool, todos somos saudáveis. Isso (coronavírus) é invisível, mas até agora graças a Deus estamos bem", acrescentou.

O Peru recebeu mais de 800.000 migrantes venezuelanos desde 2016, quando a crise piorou na antiga potência petrolífera e as autoridades peruanas facilitaram sua entrada com leis de recepção que os autorizavam a trabalhar.

A diáspora venezuelana que chegou ao Peru o fez em condições complexas, principalmente por terra e a pé após cruzar a Colômbia e o Equador, a mesma rota que esta coluna planeja reverter.


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