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Estado de Minas

Europa vê fim do confinamento por COVID-19, que derruba preços do petróleo


postado em 20/04/2020 22:25

A crise do coronavírus causou uma queda brutal nos preços do petróleo em Nova York nesta segunda-feira (20), uma indicação de que a normalidade será um processo difícil após a pandemia, em um momento em que a Europa vislumbra o fim do confinamento e os Estados Unidos vivem protestos.

Governos de todo o mundo debatem como e quando suspender o confinamento, que mantém mais da metade da humanidade trancada em casa e paralisa a economia global, ameaçada pela recessão.

Apesar de o número global de mortos permanecer alto, com mais de 167.000 óbitos, e ser especialmente elevado nos Estados Unidos - que ultrapassou 42.000 falecimentos -, novos protestos ocorreram contra o confinamento nesta segunda, alguns incentivados pelo presidente Donald Trump.

Trump quer reativar a economia em um ano em que a reeleição está em jogo e o desemprego dispara: desde meados de março, 22 milhões de americanos pediram auxílio-desemprego.

Em um dos maiores protestos, centenas de pessoas - incluindo legisladores e apoiadores de Trump - desafiaram os limites da distanciamento social em um "comício de patriotas" em Harrisburg, Pensilvânia, uma cena que se repetiu em Michigan, Califórnia e Ohio.

"Nossa nova normalidade não significa que sacrificaremos nossas liberdades pela segurança de nosso país", disse o deputado Aaron Bernstine, enquanto as pessoas gritavam "U-S-A!"

A paralisação provocada pela pandemia que atinge a economia mundial tanto na oferta quanto na demanda atingiu nesta segunda-feira os preços do petróleo, causando um colapso histórico que levou contratos com entrega para maio para o território negativo: -37,63 dólares para o WTI.

Isso implica em que investidores e especuladores terão que pagar para encontrar compradores no momento em que as capacidades de armazenamento atingem seu limite nos Estados Unidos, enquanto o FMI prevê uma recessão global em 2020.

- OMS responde às críticas -

Em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) respondeu às críticas sobre seu gerenciamento da crise, o que levou Trump a anunciar a suspensão do financiamento dos Estados Unidos para a entidade.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, declarou nesta segunda-feira que não escondeu nada dos Estados Unidos sobre a doença detectada pela primeira vez na China em meados de dezembro.

"Lançamos um alerta desde o primeiro dia", concluiu o médico.

Após semanas difíceis, a Europa começa a vislumbrar o fim do confinamento com aberturas parciais em alguns países, devido a um declínio no número de mortos.

Vários países como França (mais de 20.000 mortos), Espanha (21.000) e Itália (mais de 24.100) registram uma diminuição no número de contaminados e mortos.

O desafio de sair do confinamento é enorme: retomar a atividade econômica e, ao mesmo tempo, conter os riscos das aglomerações para impedir o ressurgimento do vírus.

Como sinal da urgência econômica causada pela pandemia, o Banco da Espanha prevê uma queda do PIB entre 6,6% e 13,6% para 2020, algo "sem precedentes na história recente".

Na Alemanha, com mais de 139.000 casos registrados e 4.000 mortes, a abertura da maioria das lojas com menos de 800 metros foi autorizada a partir desta segunda-feira.

Ao contrário, permanecem fechados espaços culturais, bares, restaurantes, áreas de lazer e campos esportivos.

Centros culturais, bares, restaurantes, áreas de lazer e quadras esportivas ainda estão fechados. As escolas de ensino fundamental e médio reabrirão gradualmente a partir de 4 de maio.

A instrução para respeitar uma distância mínima de um metro e meio em locais públicos ainda está em vigor e o uso de máscaras é "fortemente recomendado".

A situação é "frágil", destacou a chanceler Angela Merkel, que na segunda-feira não escondeu sua raiva das "orgias de discussões" no país sobre um possível desconfinamento total e pelo crescente descumprimento, na sua opinião, das regras do distanciamento.

"Estamos no início da pandemia e ainda estamos longe de ter deixado o pior para trás", alertou a chancelar, reconhecendo que uma "recaída seria lamentável".

Essa estratégia de saída da crise na Alemanha, o motor econômico do continente, é observada de perto pelo resto de uma Europa confinada há um mês.

Na Noruega, onde a pandemia também parece estar sob controle, creches e escolas para crianças reabriram nesta segunda-feira após cinco semanas.

Em um jardim-da-infância ao norte de Oslo, o Espira Grefsen Satsjon, as crianças ficaram felizes em encontrar seus amigos novamente. Os funcionários, por sua vez, desinfetavam regularmente os brinquedos.

"Desinfetamos as salas e tudo está extremamente limpo", disse a diretora Tone Mila.

Por outro lado, no Reino Unido, o confinamento foi prorrogado por pelo menos mais três semanas. Com mais de 16.500 mortes, é um dos países mais atingidos pela pandemia, apesar do fato de ter registrado nesta segunda-feira o menor número de mortes (449) em duas semanas.

- Bolsonaro quer fim do isolamento -

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse que espera que sejam suspensas esta semana as medidas de isolamento decididas por vários governadores para impedir a propagação do vírus, apesar de a pandemia, segundo o Ministério da Saúde, estar caminhando para seu pico.

O país soma 2.575 mortes e 40.581 casos confirmados, segundo o último balanço desta segunda-feira.

No México - onde o governo federal disse que não impõe nenhuma medida obrigatória - os estados de Jalisco e Michoacán, onde vive 10% da população, impuseram isolamento obrigatório, com punições para quem não cumprir.

A grande incógnita que paira sobre a América Latina - onde já há mais de 100.000 infectados - é a desaceleração econômica gerada pelo confinamento, somada à incerteza sobre o comportamento do vírus nos países do sul que apenas entrará no inverno em junho .

No Chile, o governo do presidente Sebastián Piñera lançou na segunda-feira um projeto de lei que visa estabelecer uma "renda familiar de emergência", que será paga por três meses às famílias mais pobres, a fim de enfrentar limitações provocadas pela COVID-19 no emprego informal.

Cerca de 450 bolivianos completaram uma quarentena de sete dias em um abrigo na cidade chilena de Iquique e agora poderão retornar ao seu país, depois de excluir que pegaram o coronavírus, informaram as autoridades locais.

O fechamento de fronteiras deixou milhares de pessoas tentando retornar aos seus países de origem, tanto que, na semana passada, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu aos governos da América Latina que permitiam o retorno dos cidadãos, apesar das restrições.


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