O número de atos antissemitas no Reino Unido chegou a um nível recorde em 2019 em meio ao debate sobre a suposta inação da oposição trabalhista contra o racismo antijudeu, apontou nesta quinta-feira um organismo especializado.
O Community Security Trust (CST), que contabiliza os atos antissemitas no país desde 1984, informou ter registrado 1.805 em 2019, um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
Este é o quarto ano consecutivo de recorde, especialmente pelo forte aumento dos atos de antissemitismo on-line (+82%), indicou o comunicado.
A ministra do Interior britânica, Priti Patel, pediu "uma melhor colaboração entre o governo, a polícia, os tribunais e as comunidades para eliminar esse vergonhoso flagelo da nossa sociedade".
As duas maiores ondas de ataques antissemitas foram registradas em fevereiro (182 incidentes) e dezembro (184 incidentes) no contexto de "um debate importante e intenso sobre as acusações de antissemitismo dentro do Partido Trabalhista", ressaltou o CST.
A principal força de oposição britânica foi acusada, entre outros pelo grande rabino do Reino Unido, de inação frente ao antissemitismo de alguns de seus membros.
Essas acusações prejudicaram a campanha de seu líder Jeremy Corbyn para as legislativas de dezembro, que terminaram com a derrota histórica para o trabalhismo.
"O antissemitismo não tem lugar no Partido Trabalhista", reagiu um porta-voz do partido.
O Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson foi acusado de tolerar a islamofobia de alguns de seus membros.