O texto do acordo comercial parcial entre Estados Unidos e China será publicado na íntegra na quarta-feira, quando o documento for assinado em Washington, segundo um consultor da Casa Branca.
Aqui estão os principais elementos do pacto que já foram revelados após seu anúncio, em 13 de dezembro:
- Áreas incluídas -
O acordo trata de propriedade intelectual, transferência forçada de tecnologia, alimentos e produtos agrícolas, serviços financeiros, taxas de câmbio, fortalecimento do comércio e até resolução de disputas.
"O acordo estabelece um sistema sólido de regulamentação de disputas que garanta a rápida e eficaz implementação e aplicação do pacto", insistiu o representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer.
Desde o início das negociações, os Estados Unidos enfatizaram que esse mecanismo era absolutamente indispensável para garantir que a China cumprisse seus compromissos.
- Agricultura -
A China, que foi o segundo mercado para as produções agrícolas americanas, caiu para o quinto lugar após o início das hostilidades.
Segundo Washington, a China prometeu comprar cerca de 200 bilhões de dólares em mercadorias dos EUA, dos quais os produtos agrícolas representam entre 40 e 50 bilhões de dólares. Mas não está claro em quanto tempo: 50 bilhões anualmente, a cada dois anos?
As autoridades chinesas não confirmaram esses valores até o momento.
Seriam duas vezes superiores ao pico de compras da China em 2012.
Em 2017, antes do início da guerra comercial, a China importava cerca de US$ 19,5 bilhões em produtos agrícolas americanos, um número que caiu para pouco mais de 9 bilhões em 2018.
Por seu lado, Han Jun, vice-ministro chinês da Agricultura, explicou que o acordo preliminar prevê o crescimento das exportações agrícolas da China para os Estados Unidos, citando principalmente frango cozido, peras e tâmaras.
"Alguns desses problemas têm sido objeto de discussões há mais de 10 anos. Desta vez, há um avanço importante", disse ele.
- Trégua nas tarifas -
Desde o início, a China exigiu que os Estados Unidos abolissem total ou parcialmente as tarifas adicionais sobre as importações do gigante asiático.
As tarifas de 25% sobre mercadorias chinesas no valor de US$ 250 bilhões serão mantidas.
Mas os 15% que afetam outros 120 bilhões de dólares em mercadorias chinesas, que entraram em vigor em setembro, serão reduzidos pela metade (7,5%).
Além disso, o presidente Donald Trump concordou em cancelar as tarifas de 15% sobre cerca de 160 bilhões que estavam inicialmente previstas para meados de dezembro.
Já o vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, não quis comentar se Pequim havia abolido as tarifas punitivas impostas aos produtos americanos que chegam ao seu território.
A China suspendeu em setembro por um ano as tarifas suplementares para 16 categorias de produtos importados dos Estados Unidos.