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Estado de Minas

Cortejo fúnebre e incêndios no Iraque em plena revolta


postado em 25/12/2019 09:31

A morte de um ativista num atentado e a tentativa de assassinato de um famoso comediante provocaram ainda mais raiva entre os iraquianos, que continuam sua mobilização nesta quarta-feira, apesar da votação de uma reforma eleitoral.

À noite, a agitação era grande em várias cidades do sul do Iraque, assim como em Bagdá.

Em Diwaniyah, a 200 quilômetros ao sul de Bagdá, as sedes de duas poderosas milícias foram incendiadas: a organização Badr, mantida pelo chefe dos paramilitares pró-Irã no Parlamento, Hadi al-Ameri, e Assaïb Ahl al-Haq, cujo líder é alvo de sanções de Washington desde o início de dezembro, em particular por "sequestros, assassinatos e torturas".

Também nesta quarta-feira, centenas de manifestantes organizaram um cortejo fúnebre ao redor do caixão de Thaër al-Tayeb sob uma grande bandeira iraquiana.

Eles denunciaram a morte deste militantes que se juntou em outubro à Praça Tahrir de Bagdá, epicentro da revolta sem precedentes e que já foi marcada por quase 460 mortos e 25.000 feridos.

Tayeb morreu na explosão de seu carro em 15 de dezembro. Junto com ele estava outro ativista, Ali al-Madani, que também foi hospitalizado.

Nos últimos três meses, as intimidações e assassinatos de manifestantes ou militantes não pararam de aumentar. Dezenas foram sequestrados, geralmente fora de suas casas quando retornavam dos protestos, às vezes até dentro de suas casas.

Além disso, vários ativistas foram assassinados, quase sempre por balas e geralmente nas ruas.

Esta campanha, acusa a ONU, é obra de "milícias" para tentar silenciar uma revolta espontânea e sem precedentes, que exige o fim de todo o sistema político no Iraque.

Na terça à noite, um comediante, cujo programa de televisão é amplamente assistido no Iraque, Aws Fadhil, foi alvo de três balas, que atingiram seu carro sem ferí-lo. Ele imediatamente postou vídeos nas mídias sociais mostrando os buracos de bala no pára-brisa e na porta do carro.

Em outro vídeo, diz: "eles visam aqueles que apóiam a revolução para silenciá-los (...) mas continuaremos nossa revolução, já alcançamos uma meta, o Parlamento votou a cédula uninominal".

Na terça-feira à noite, o Parlamento aprovou a única reforma proposta desde o início da revolta, a da lei eleitoral. A partir de agora, as eleições legislativas serão realizadas por cédula nominal e não mais de acordo com um sistema complexo que combina proporcionalmente e listas.

Os círculos eleitorais também serão redefinidos, mas o Parlamento ainda não especificou como.

Muitos observadores alertam, no entanto, que essa redistribuição poderá favorecer os grandes partidos e os notáveis locais e tribais às custas dos independentes e tecnocratas que os manifestantes querem ver chegar ao poder.

Os iraquianos denunciam seus líderes políticos, que consideram "corruptos" e "incompetentes".

Nesta quarta, os manifestantes voltaram a se reunir na Praça Tahrir, bem como em Kerbala, Nassiriya ou Basra, uma grande cidade petrolífera do sul.

É o governador desta cidade, a mais rica, mas também uma das mais negligenciadas em termos de infraestruturas, que está inclinado a se tornar primeiro-ministro.

Assaad al-Aïdani é apoiado pelos pró-Irã, que tiveram que mudar de candidato, depois que o ministro do Ensino Superior, Qussaï al-Suheil, recebeu o veto do presidente Barham Saleh, a única pessoa autorizada apresentar um nome ao Parlamento.


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