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Estado de Minas

Em meio à crise, protestos relembram morte de mapuche no Chile


postado em 14/11/2019 16:43

Quando se completa um ano da morte do mapuche Camilo Catrillanca, atingido a tiros pela polícia, várias organizações convocaram uma homenagem à data.

Em meio à crise social que afeta o Chile há quase um mês, o governo teme que esses atos possam terminar em violência.

Camilo Catrillanca, de 24 anos, morreu em uma operação policial no sul do Chile, nas mãos de um comando de forças especiais da polícia. Os agentes esconderam as gravações que provavam que foi abatido quando, desarmado e sem fazer provocações, dirigia um trator junto com um menor de 15 anos.

De início, a polícia disse que a morte de Catrillanca aconteceu durante um confronto no meio da perseguição dos suspeitos de um roubo de três veículos.

Ainda na etapa de investigação, o homicídio custou o cargo do chefe da Polícia da época e gerou manifestações multitudinárias em Santiago e na região de La Araucanía (sul).

Em meio à explosão social que se arrasta há quase um mês no país e ao esforço político para sair da crise, cerca de 40 atividades foram programadas para comemorar a morte do mapuche. As autoridades acreditam que novas cenas de violência podem eclodir em Santiago e em cidades do sul do Chile, como Concepción e Temuco.

Marcelo Catrillanca, pai de Camilo, pediu uma celebração pacífica.

"Estamos dizendo as pessoas que podem se manifestar com tranquilidade, para que o espírito do meu filho possa descansar em paz e que as forças policiais também não se excedam", declarou Catrillanca à rádio Cooperativa.

- Acordo constitucional -

A comemoração acontece no momento em que os protestos no Chile acumulam um saldo de 22 mortos e dias de extrema violência, com saques e incêndios. Hoje, os garis fizeram uma paralisação.

Neste cenário de máxima tensão, as forças políticas tentam aprovar no Congresso um acordo sobre uma nova Constituição que permita destravar a crise, a maior desde o retorno à democracia após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A oposição conseguiu um acordo em torno de uma proposta de Assembleia Constituinte, proposta rejeitada pelo governo. Com a crise, a administração de Sebastián Piñera aceitou mudar a Carta Magna por meio de uma "Convenção Constituinte", que inclua cidadãos e parlamentares.

Uma mudança constitucional requer um quórum alto para ser aprovado, com dois terços de ambas as Câmaras. Este não um cenário possível nem para a oposição, nem para os partidos de governo, motivo pelo qual serão obrigados a negociar.

"Qualquer saída para a crise passa por respeitar a institucionalidade. Ninguém tem os 2/3. Então, somos obrigados a negociar com a direita", afirmou nesta quinta o senador do Partido pela Democracia (PPD), Felipe Harboe.

"É o momento de ceder. Quem cede pelo Chile não se humilha", acrescentou o parlamentar, antes de entrar em mais uma reunião com todos os partidos no Congresso, à exceção do Partido Comunista.


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