China e Estados Unidos concordaram com um plano para retirar progressivamente as tarifas aplicadas mutuamente em função do avanço das negociações comerciais avancem, anunciou o ministério chinês do Comércio.
"Os líderes negociadores das duas partes concordaram em retirar as tarifas adicionais por etapas, à medida que aconteçam progressos para chegar a um acordo sobre o conflito comercial", afirmou o porta-voz do ministério, Gao Feng.
Ainda sem a confirmação dos Estados Unidos, este é o mais recente avanço para acabar com a guerra comercial entre as duas maiores potências econômicas do planeta, mas os detalhes não foram divulgados.
Gao indicou que as partes alcançaram um primeiro acordo que permitirá a retirada das tarifas mútuas "na mesma proporção e de maneira simultânea".
"É uma condição importante para alcançar um acordo", disse.
O vice-presidente chinês, Liu He, conversou por telefone na sexta-feira passada com o representante americano do Comércio, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, um diálogo considerado "construtivo" pelas duas partes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretendia assinar este mês um acordo com a China em uma reunião do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico prevista para o Chile, depois cancelada pelos protestos no país.
Trump, que está procurando outro lugar para a assinatura, garantiu que negociações estão avançando, mas não quis dar mais detalhes até o acordo ser fechado.
Um acordo, mesmo parcial, permitiria dar confiança aos mercados e interromper a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, iniciada em março de 2018, quando Trump decidiu encerrar as práticas comerciais que considera "injustas".
De acordo com os poucos detalhes que o governo dos EUA deu sobre as negociações em andamento, a China se comprometeria a aumentar suas compras de produtos agrícolas americanos e abrir seus mercados nesse setor.
Em troca, os Estados Unidos desistiriam do aumento de 25% a 30% das novas tarifas anunciadas por Trump.
"A velocidade da retirada das tarifas será crucial para obter um sentimento duradouro e material, tanto nos mercados quanto nas duas economias", disse Iris Pang, economista do ING Bank.
Na mesma semana, as Nações Unidas alertaram que a guerra comercial está afetando ambas as economias, com a queda nas exportações e o aumento dos preços.
"Essa guerra comercial sem ganhadores não prejudica apenas os principais concorrentes, mas também compromete a estabilidade da economia global e o crescimento futuro", disse Pamela Coke Hamilton, diretora da divisão internacional de comércio e commodities da Conferência de as Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), citadas em um relatório.