(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Confrontos entre exércitos sírio e turco na fronteira


postado em 29/10/2019 17:31

Os exércitos da Síria e da Turquia entraram em confronto nesta terça-feira (29) pela primeira vez desde que o governo turco iniciou uma ofensiva anti-curda no início de outubro, e a Rússia anunciou que as forças curdas deixaram as áreas de fronteira.

Seis soldados do regime sírio morreram nesta terça em combates com as tropas turcas perto da fronteira, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Segundo o OSDH, cinco soldados morreram atingidos por disparos turcos e um sexto foi "executado" por rebeldes sírios pró-turcos perto do povoado de Al-Assadiya, no lado sírio da fronteira.

"O fogo da artilharia turca matou cinco soldados do regime nas redondezas da aldeia de Asadiya", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, acrescentando que um soldado do governo que havia sido capturado também foi executado.

No início deste mês, as forças curdas concordaram em abandonar um setor da área de fronteira. Em seguida, a Turquia fechou um acordo com a Rússia, principal apoio do governo sírio, para que as forças curdas se retirassem de toda a área fronteiriça.

- Retirada curda antes do previsto -

O governo russo afirmou nesta terça que a retirada das forças curdas do norte da Síria foi concluída "antes do previsto".

O presidente turco, Recep Tayyik Erdogan, disse que a Rússia havia comunicado que a saída dos curdos foi "total".

"A retirada das unidades armadas do território no qual deve ser criado um corredor de segurança terminou antes do previsto" declarou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, citado por agências de notícia russas.

As forças curdas, que lutaram contra os jihadistas do Estado Islâmico (IS), são consideradas "terroristas" pelo governo da Turquia.

A polícia militar russa e agentes de fronteira sírios foram enviados para a região para "facilitar" a retirada dos curdos.

A presidência turca anunciou que suas tropas russas e russas patrulharão em conjunto no norte da Síria para verificar se as forças curdas se retiraram permanentemente da área.

"O prazo acabou. Verificaremos, por meio de patrulhas conjuntas, se os terroristas se retiraram ou não", explicou através do Twitter o diretor de comunicações da presidência turca, Fahrettin Altun.

Deixadas à sorte após a retirada das tropas americanas da fronteira, as forças curdas pediram proteção à Síria.

As forças do regime sírio se moveram rapidamente, e espera-se que fiquem posicionadas além da fronteira.

As patrulhas das tropas turco-russas numa área de 10 km de profundidade a partir do fronteira deveriam começar na tarde desta terça, mas bombardeios perto da cidade de Derbasiyeh ameaçaram o prazo, de acordo com a OSDH.

O OSDH disse que unidades militares na Turquia e na Rússia devem se reunir em um ponto de passagem de fronteira para discutir como as patrulhas serão conduzidas.

Mas nesta terça, a agência estatal síria Sana informou que houve o lançamento de "morteiros turcos em uma passagem de fronteira", cerca de 60 quilômetros ao leste de Ras al-Ain, acrescentando que seis civis sírios foram feridos.

- Presença americana -

Antes da intervenção militar russa na Síria em 2015, o presidente Bashar al Assad controlava a metade do território, enquanto outras partes do país estavam nas mãos dos rebeldes jihadistas e curdos.

Com a ajuda dos russos, a Síria recuperou grande parte do território perdido numa guerra que já dura nove anos.

Os Estados Unidos se aliaram às forças curdas em 2014 para enfrentar do lado sírio o Estado Islâmico.

Esta fase do conflito foi concluída em março deste ano com a derrota do último reduto do EI no leste da Síria e com as declarações do presidente americano, Donald Trump, de que retiraria suas tropas da Síria, ação que ocorreu de fato em outubro mas em parte, já que cerca de 200 soldados americanos seguem no país para proteger os campos de petróleo sob controle curdo.

Já a ofensiva turca começou após a anuência de Trump, que abandonou à própria sorte as Forças Democráticas Sírias (FDS) -compostas em sua maioria por combatentes curdos-, suas aliadas durante anos e determinantes para vencer o EI.

Desde seu início, em 2011, a guerra na Síria já deixou mais de 370 mil mortos


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)