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Estado de Minas

Governo Trump é acusado de politizar Justiça no 'Russiagate'


postado em 25/10/2019 16:01

O governo Donald Trump foi acusado, nesta sexta-feira (25), de instrumentalizar a Justiça, ao conferir um caráter criminal a um procedimento administrativo sobre a gênese da "investigação russa", que foi encerrada, mas continua a provocar a ira de um presidente perseguido pela ameaça de impeachment.

Na quinta à noite, o jornal "The New York Times" revelou, citando duas fontes próximas do caso, que esta investigação - até então administrativa e supervisionada pelo procurador-geral dos EUA, Bill Barr - foi criminalizada.

A matéria também se refere a um clima de tensão política extrema em Washington, desde o lançamento em 24 de setembro, por parte dos democratas, de uma investigação no Congresso para uma possível destituição de Trump.

Encarregado desta nova investigação criminal, o procurador John Durham tem, agora, a autoridade para convocar testemunhas e emitir liminares para recuperar documentos.

"Acho que isso é muito sério. Investigar os investigadores (...) Coisas terríveis aconteceram no nosso país", comentou Donald Trump, em conversa com os jornalistas esta manhã.

"Se essas notícias se confirmarem, elas apontam novas preocupações em relação ao Departamento de Justiça que, sob Barr, perdeu sua independência e se tornou um meio de vingança política para Trump", declarou o congressista democrata Adam Schiff, que dirige a investigação na Câmara de Representantes para um julgamento político de Trump.

"Se as pessoas não têm nada a esconder sobre esses absurdos e crimes que possam ter cometido, então, não têm nada a temer com esta investigação", rebateu a conselheira de Trump na Casa Branca, Kellyanne Conway, em entrevista ao canal Fox News.

Dirigido pelo procurador-geral, o Departamento de Justiça americano tem uma tradição de independência em relação à política, quando se trata de investigações penais. Agora, a pasta se encontra, paradoxalmente, sob investigação.

Há um ano, o presidente Trump demitiu o antecessor de Barr, Jeff Sessions, criticando-o por não protegê-lo o suficiente no "Russiagate".

- Investigação 'ilegal' -

Em diferentes ocasiões, Donald Trump reivindicou uma investigação sobre as origens da investigação russa. Para ele, todo esse processo foi uma "caça às bruxas" lançada por seus adversários políticos e que envenenou seus dois primeiros anos de mandato.

O presidente chegou a declarar que a investigação teve início "de forma ilegal", considerando-a politicamente tendenciosa.

A "investigação russa" começou a ser conduzida pelo procurador especial Robert Mueller, após a demissão, em maio de 2017, do então diretor do FBI, James Comey. Informado sobre a suspeita de interferência russa na campanha eleitoral de 2016, o serviço de contra-Inteligência da Polícia Federal americana começou a reunir informações sobre as atividades da equipe de Trump.

Na primavera de 2019 (hemisfério norte), após 22 meses de investigação, Robert Mueller entregou um relatório de quase 450 páginas, isentando o magnata republicano da acusação de conluio com Moscou. Descreveu, contudo, uma série de pressões exercidas pelo presidente republicano sobre a investigação, as quais poderiam ter obstaculizado a Justiça.

Ainda assim, o procurador especial não recomendou, de forma explícita, a abertura de investigação contra o presidente. E Bill Barr considerou, imediatamente, que era desnecessário dar continuidade à atividade em curso.

"Nós, que estivemos envolvidos na campanha Trump, vocês sabem de que somos culpados? Da maior transformação política da história americana. Se outras pessoas são culpadas de impor obstáculos à Justiça, ou de terem omitido provas, temos o direito de saber", afirmou Kellyanne nesta sexta.

O governo Trump se encontra particularmente na defensiva desde o início da investigação para um possível impeachment e busca compensar os danos colaterais da sucessão de testemunhos de diplomatas e de funcionários de alto escalão à Câmara de Representantes.

Neste caso, Trump é acusado de ter pedido a ajuda do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que investigasse seu principal rival para as eleições de 2020, o democrata Joe Biden, assim como seu filho, Hunther.


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