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Estado de Minas

Indígenas misquitos hondurenhos enterram seus mortos do naufrágio


postado em 05/07/2019 21:49

Indígenas misquitos do Caribe hondurenho despediram-se desde a madrugada desta sexta-feira (5) de seus 27 familiares mortos no naufrágio de uma embarcação superlotada de pescadores de lagostas, enquanto prossegue a busca por seis desaparecidos.

"Todo este povoado está com essa dor", disse à AFP Ruiz Emanuel Antonio Maden, de 33 anos, após sepultar seu primo, Malibe Baca Maspin, em Prumitara, uma comunidade de casinhas de madeira e zinco, sem energia elétrica e água potável, às margens da lagoa de Caratasca, no departamento hondurenho de Gracias a Dios.

Os 27 corpos foram entregues ao longo desta sexta-feira a seus familiares, que se apressaram a levá-los às suas comunidades para sepultá-los, em vista de seu estado de decomposição.

Especialistas de Medicina Legal informaram à AFP que conseguiram entregar aos familiares os últimos dois corpos que faltavam identificar do naufrágio da embarcação Capitão Waly, de 70 toneladas.

"Na madrugada enterramos o meu tio, Frank Samuel Maden", lamentou Antonio Maden.

Segundo autoridades e testemunhos de sobreviventes, o Capitão Waly zarpou na segunda-feira de Puerto Lempira, cabeceira de Gracias a Dios, a mando do capitão Astin Haylock. Antes de chegar ao seu destino, a embarcação levava umas 90 pessoas.

O capitão da Força Naval Mario Rivera Urbina informou à AFP que o registro oficial detalha 27 mortos, 55 resgatados e seis desaparecidos. Inicialmente, as Forças Armadas destacaram que havia nove desaparecidos, mas depois corrigiu a cifra.

Rivera acrescentou que entre os corpos estava um pescador com dupla nacionalidade hondurenha e nicaraguense, Osalio Flores Silverio, de 38 anos, que foi sepultado em Mosquitia.

Rivera informou que "continua a busca dos desaparecidos" com várias embarcações.

O Capitão Waly partiu com 60 pescadores e barqueiros, mas no caminho entraram outros, totalizando cerca de 90 pessoas.

Na madrugada de terça-feira, cada pescador subiu em uma lancha com um barqueiro e foram distribuídos em alto-mar. Entre todos conseguiram capturar 90 kg de lagostas, abaixo de suas expectativas.

Na madrugada de quarta-feira, Haylock fundeou o barco. Depois de 20 minutos, o navio começou a adernar até virar.

As vítimas do Capitão Waly foram levadas da região do naufrágio até a região de Caratasca, onde nove especialistas de Medicina Legal improvisaram um necrotério em um hangar da Força Naval para identificar os corpos e entregá-los em caixões aos familiares.


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