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Estado de Minas

Na véspera da visita ao Reino Unido, Trump aconselha um Brexit sem acordo


postado em 02/06/2019 12:06

O presidente americano Donald Trump recomendou ao Reino Unido que abandone a União Europeia (UE) sem acordo, um dia antes do início de sua visita de Estado ao país.

"Se não conseguirem o que querem, eu sairia", disse Trump em uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times.

"Se você não consegue o acordo que deseja, se você não consegue um acordo justo, então você vai embora", insistiu Trump, que inicia na segunda-feira uma visita oficial de três dias ao Reino Unido.

As declarações foram feitas pouco depois de Trump ter aproveitado outra entrevista para afirmar que o ex-ministro das Relações Exteriores Boris Johnson seria um "excelente" sucessor da primeira-ministra Theresa May, que anunciou no fim de maio sua renúncia por não ter conseguido a aprovação do Parlamento para seu acordo com a UE.

O Reino Unido receberá Trump esta semana as grandes honras de uma visita de Estado, na qual o convidado é hóspede da rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

O palácio será o cenário de um banquete na segunda-feira.

A visita, que foi adiada em outra oportunidade, deve ser marcada por grandes protestos. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, que já foi criticado por Trump, denunciou o caráter "divisivo" do presidente americano. A oposição não comparecerá ao banquete.

- "Eu não pagaria" -

Trump foi além na entrevista ao recomendar que Londres não pague a conta do acordo com Bruxelas pelos compromissos orçamentários existentes e outros valores.

"Se fosse eu, não pagaria 50 bilhões de dólares", disse, em referência ao que o Reino Unido teria que pagar pelo orçamento plurianual europeu em curso (2014-2020).

May chegou a um acordo de divórcio com Bruxelas em novembro do ano passado, mas os deputados britânicos rejeitaram o plano três vezes, o que a obrigou a adiar a data de saída do bloco em duas oportunidades.

Após o anúncio de sua renúncia, o Partido Conservador iniciou o processo para definir seu novo líder, com 13 candidatos já declarados.

Johnson, um dos favoritos, já afirmou que a Grã-Bretanha deve abandonar a UE em 31 de outubro, com ou sem acordo.

Os conservadores estão sob a pressão do Partido do Brexit, o mais recente veículo político do líder populista antieuropeu Nigel Farage, que venceu as eleições ao Parlamento Europeu no mês passado.

Trump afirmou que o governo britânico havia cometido um "erro" ao não integrar Farage nas negociações com a UE.

"Eu gosto muito de Nigel. Ele tem muito a oferecer", disse o presidente americano,

- Negociações sobre comércio -

A futura relação comercial do Reino Unido com os Estados Unidos será crucial para a prosperidade do país após o Brexit e, provavelmente, será parte das conversas de Trump com May em Downing Street.

A campanha a favor do Brexit considerou que a "relação especial" histórica com os Estados Unidos garantiria um acordo de livre comércio, mas algumas vozes temem que o Reino Unido seja obrigado a aceitar um acordo desequilibrado, dada a postura "America First" de Trump.

O embaixador dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, Woody Johnson, disse à BBC que Washington já está preparando o caminho para um acordo comercial e que este aconteceria "tão rapidamente como qualquer outro acordo que temos.

Ele declarou esperar uma abertura da Grã-Bretanha aos produtos agrícolas americanos. Ao ser questionado sobre o acesso das empresas americanas ao valorizado Serviço Nacional de Saúde britânico - uma possibilidade polêmica -, ele respondeu que "todas as coisas que são comercializadas estarão sobre a mesa".


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