O ex-diretor da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, confirmou nesta sexta-feira para procuradores do Peru que a empreiteira deu dinheiro para a campanha contra o impeachment da ex-prefeita de Lima Susana Villarán, informou o Ministério Público.
Barata afirmou que houve "apoio para a campanha contra o impeachment", mas foi taxativo ao afirmar que "não deu nada" para a campanha à reeleição de Villarán, disse à imprensa o procurador peruano Germán Juárez, no último dia de depoimentos do ex-diretor da empresa no Peru na sede do Ministério Público em Curitiba.
Juárez declarou que Barata confirmou as declarações feitas há um ano e destacou que o depoimento ratifica as versões fornecidas por outros funcionários investigados.
"(Barata) indicou que vai apresentar documentação correspondente para provar os pagamentos que foram feitos" para financiar a campanha da prefeita de Lima contra um referendo com o objetivo de tirá-la do cargo em 2013, na metade de seu mandato. Villarán saiu vitoriosa da consulta e concluiu seu mandato.
O ex-diretor da Odebrecht no Peru ratificou perante os procuradores que a empresa concedeu três milhões de dólares para essa campanha.
De acordo com Barata, os executivos da Odebrecht apoiaram Villarán porque temiam que sua saída afetasse as obras que a empresa realizava na cidade.
O ex-executivo explicou que o dinheiro foi entregue a José Miguel Castro, então gerente municipal de Villarán, destacou o jornal peruano La República.
O depoimento de Barata é parte de um acordo de colaboração assinado entre a Odebrecht e a procuradoria peruana em dezembro.
Villarán, investigada por este caso, está impedida de sair do país por mandato judicial.
A prefeitura de Lima possui um grande orçamento para contratos de obras públicas.