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Estado de Minas

Papa se mostra preocupado com nacionalismo que socava o multilateralismo


postado em 07/01/2019 13:31

O papa Francisco manifestou a sua preocupação, nesta segunda-feira (7), a respeito do auge do nacionalismo, que enfraquece o peso das organizações internacionais, durante a recepção do corpo diplomático credenciado na Santa Sé pelo novo ano.

"O ressurgimento das tendências nacionalistas (...) mina a vocação das organizações internacionais de serem um espaço de diálogo e encontro para todos os países", destacou o papa em seu discurso anual aos diplomatas credenciados no Vaticano.

O sumo pontífice considerou que "isso é, em parte, devido a uma certa incapacidade do sistema multilateral de dar soluções eficazes às diferentes situações que, há algum tempo, estão pendentes de resolução, como alguns conflitos 'congelados'".

Além disso, assinalou que, "em particular, também é resultado da crescente preponderância de poderes e grupos de interesse nos organismos internacionais que impõem a própria visão e ideias, desencadeando novas formas de colonização ideológica, que, muitas vezes, não respeitam a identidade, dignidade e sensibilidade dos povos".

Também fez referência ao auge atual dos partidos populistas e nacionalistas.

Concretamente, disse que "as tendências populistas e nacionalistas prevaleceram sobre a ação da Sociedade de Nações. O reaparecimento de correntes semelhantes está enfraquecendo progressivamente o sistema multilateral, fruto de uma falta geral de confiança, uma crise de credibilidade da política internacional e uma crescente marginalização dos membros mais vulneráveis da família das nações".

Nesta segunda, o papa Francisco fez um novo pedido aos governos para que acolham os que tiveram que fugir da pobreza, violência, ou de desastres naturais.

"Tenho consciência de que as ondas migratórias destes anos causaram desconfiança e preocupação entre a população de muitos países, especialmente em Europa e América do Norte, e isto levou vários governos a limitar em grande medida o fluxo dos que entram", acrescentou.

"As recentes emergências mostraram que é necessário haver uma resposta comum, coordenada por todos os países, sem prevenções e respeitando todas as instâncias legítimas, tanto dos Estados como dos migrantes e refugiados".

No começo deste ano, o papa viajará a dois países muçulmanos: Marrocos e Emirados Árabes Unidos.

"Serão duas ocasiões importantes para acrescentar ainda mais o diálogo inter-religioso e o entendimento mútuo entre os fiéis de ambas as religiões", insistiu, assinalando que as visitas ocorrem no âmbito do 800 anos do "histórico encontro (em 1219) entre São Francisco de Assis e o sultão Al-Malik al-Kamil" do Egito, no tempo das Cruzadas.


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