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Estado de Minas

Governo e rebeldes do Iêmen acordam tréguas sob mediação da ONU


postado em 13/12/2018 14:50

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou nesta quinta-feira uma série de acordos entre o governo e rebeldes iemenitas sobre tréguas em várias regiões devastadas deste país à beira da fome, após negociações de paz na Suécia.

Guterres anunciou um "cessar-fogo" na estratégica cidade portuária de Hodeida, no Mar Vermelho, por onde transita grande parte da ajuda humanitária para o Iêmen.

Até à data, todas as tentativas de acabar com a guerra no Iêmen, que deixou cerca de 10 mil mortos em quatro anos, fracassaram.

O governo iemenita do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi é apoiado pela Arábia Saudita, enquanto os rebeldes huthis são respaldados pelo Irã.

O acordo anunciado nesta quinta-feira prevê a retirada das forças governamentais e dos rebeldes de Hodeida, controlada pelos insurgentes, mas que é alvo de uma ofensiva da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.

Essa retirada ocorrerá "nos próximos dias", segundo a ONU.

No entanto, o chanceler iemenita afirmou que o acordo sobre essa retirada militar é "hipotético" até que seja implementado. "Presumimos que a outra parte vai se retirar", disse Khaled Al-Yamani.

Isso demonstra a persistente desconfiança entre o governo e os insurgentes.

A ONU desempenhará um "papel-chave" no controle de Hodeida, explicou Guterres, que anunciou uma nova rodada de discussões em janeiro durante uma cerimônia solene na presença de delegações do governo iemenita e dos insurgentes huthis.

As duas partes também concordaram em facilitar a ajuda humanitária para a cidade de Taez, devastada pelos combates. Em contrapartida, não houve acordo sobre a reabertura do aeroporto da capital Sanaa, controlado pelos rebeldes e fechado há três anos.

A situação humanitária no Iêmen, o país mais pobre da península Arábica, tem piorado dia após dia, e até 20 milhões de pessoas estão à beira da fome.

O resultado desssas negociações poderá ser apresentado na sexta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo a ministra sueca das Relações Exteriores, Margot Wallström.

- Prioridade -

"A comunidade internacional continuará a ver o Iêmen como uma prioridade", declarou nesta quinta a ministra sueca.

Para incentivar a retomada do diálogo, interrompido há mais de dois anos, António Guterres deixou momentaneamente a COP24 sobre o clima, que está sendo realizada na Polônia, para se reunir com as delegações.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, bem como seus homólogos saudita e dos Emirados Árabes Unidos também estão na Suécia, bem como os embaixadores de países ocidentais acreditados no Iêmen (França, Reino Unido, Estados Unidos).

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, havia entregue aos iemenitas uma bateria de propostas para um "quadro político", com vista a resolver o conflito, a reabertura do aeroporto em Sanaa, a recuperação da economia e da situação em Hodeida.

Na terça-feira, o governo iemenita e os rebeldes anunciaram que criaram uma lista de mais de 15.000 prisioneiros para uma troca.

Até esta manhã, esse foi o único anúncio concreto resultante dessas conversas, iniciadas na semana passada na Suécia.

Os acordos anunciados nesta quinta-feira vão "melhorar a vida de milhões de iemenitas", parabenizou Guterres.

Por outro lado, em Washington, o Senado dos Estados Unidos concordou em votar uma resolução que vetaria o apoio militar à Arábia Saudita na ofensiva militar que ocorre no Iêmen. Essa votação certamente será realizada nesta quinta.

A Arábia Saudita continua sob intensa pressão internacional após o assassinato em outubro do jornalista de oposição saudita Jamal Khashoggi na sede consular de seu país em Istambul.


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