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Estado de Minas

Afeganistão: eleições legislativas marcadas pelo caos e violência


postado em 20/10/2018 14:29

Os afegãos comparecem às urnas neste sábado para escolher um novo Parlamento em um clima de violência, com dezenas de mortos e feridos em uma série de ataques, além do caos logístico nos locais de votação, com longas filas.

O medo e a violência dominaram a jornada eleitoral. Os talibãs e o grupo extremista Estado Islâmico (EI) já haviam anunciado que pretendiam atacar as zonas eleitorais.

Vários incidentes violentos foram registrados, o mais grave deles na capital Cabul, no início da noite, quando um atentado que deixou 15 mortos e 20 feridos.

A polícia localizou um suspeito perto de um local de votação. O homem-bomba detonou os explosivos antes de ser atingido pelos agentes, afirmou o porta-voz da polícia, Basir Mujahid.

Antes deste ataque, o ministro do Interior, Wais Barmak, citou "192 incidentes registrados no país", com dispositivos explosivos, granadas e foguetes, que mataram pelo menos 17 civis e deixaram 83 feridos.

Um hospital de Kunduz (norte) informou que recebeu 39 feridos e três corpos, depois que 20 foguetes foram lançados contra a cidade.

Na província de Nangarhar (leste), duas pessoas morreram em pelo menos oito explosões.

Na manhã de sábado, o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, voltou a ameaçar o processo eleitoral em uma mensagem no Twitter.

"As pessoas deveriam abster-se de participar neste processo teatral e proteger as próprias vidas", escreveu.

Durante a campanha, centenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em ataques relacionados com as eleições. Ao menos 10 candidatos, dos 2.500 que disputam as 249 cadeiras na Câmara, foram assassinados.

A Comissão Eleitoral Independente (CEI) firmou que até o meio-dia 1,5 milhão dos 8,9 milhões de eleitores registrados já haviam votado.

Os resultados devem ser anunciados no dia 10 de novembro.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, votou no início da manhã em uma escola da capital e estimulou os compatriotas a fazer o mesmo.

Os eleitores formavam longas filas, provocadas por problemas nas listas de votação ou falhas nas máquinas de reconhecimento biométrico, utilizadas pela primeira vez.

"É um caos total, estou muito decepcionado", disse Payeza Mohamadi, 22 anos.

A CEI pediu desculpas e prometeu ampliar o horário de votação, em alguns casos até domingo.

Os eleitores reclamavam sobretudo do risco de permanecer por muito tempo nas filas em função das ameaças terroristas.

As autoridades mobilizaram 54.000 integrantes das forças de segurança para proteger os quase nove milhões de eleitores registrados nas listas oficiais. Estas são as terceiras legislativas no país desde a intervenção militar americana que expulsou os talibãs do poder em 2001.

"Apesar do perigo, tinha que estar aqui. Temos que votar para ver novas caras no Parlamento e retirar os deputados corruptos", declarou à AFP um eleitor que se identificou apenas como Mustafa, de 42 anos, em Cabul.

"Vim votar arriscando a vida. Estou preocupado", disse Asadullah, 22 anos, eleitor em Mazar-i-Sharif (norte). "Mas temos que desafiar os talibãs porque é um dia histórico".

Quase 5.000 locais de votação seriam habilitados na parte do país controlada pelo governo. Por razões de segurança, quase 2.000 localizados em áreas ocupadas pelos talibãs não foram disponibilizados.


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