A Colômbia recordou nesta quinta-feira (18) os 20 anos do ataque do ELN no território de Machuca, o pior executado pela guerrilha guevarista em meio século de conflito armado, que deixou pelo menos 84 mortos e 30 feridos nesta zona petroleira do nordeste do país.
Entre sobreviventes e moradores, o presidente Iván Duque liderou uma cerimônia em homenagem às vítimas, na qual lembrou a "dor que o terrorismo" causou às famílias dos falecidos, além do "ecocídio" provocado pela destruição de um oleoduto que gerou um incêndio fatal.
"A Colômbia chorou esses acontecimentos macabros, que não queremos que voltem a se repetir em nosso território", declarou o presidente na cerimônia.
Em 18 de outubro de 1998, o Exército de Libertação Nacional (ELN) detonou uma carga explosiva em um trecho do Oleoduto Central da Colômbia (Ocensa), o mais extenso do país, produzindo um derramamento de petróleo que se espalhou pelo rio que cercava o povoado e causou um incêndio fatal.
Os moradores morreram queimados e boa parte dos sobreviventes ficaram gravemente feridos.
Duas décadas depois, as vítimas pediram ao governo um maior investimento no povoado para garantir sua reparação.
"Esperamos que com a visita do presidente cheguem os investimentos sociais (...) para que esta população possa ir em frente", disse María Cecilia Mosquera, que perdeu seus três filhos, seu marido e ficou com sequelas no corpo, citada em um comunicado da estatal Unidade para as Vítimas.
Duque anunciou cerca de dois milhões de dólares para "a reparação individual e coletiva da comunidade".
O presidente reiterou que manterá suspensos os diálogos de paz com os rebeldes, desenvolvidos pelo governo anterior do ex-presidente Juan Manuel Santos em Cuba, até que liberem todos os sequestrados em seu poder e cessem todas as "ações criminosas".
O ELN, a última guerrilha da Colômbia após o desarmamento e a transformação da FARC em partido no ano passado, aceitou sua responsabilidade na tragédia.