A Comissão Europeia denunciou um desvio "sem precedentes" no plano orçamentário da Itália para 2019, em uma carta entregue nesta quinta-feira ao governo italiano, uma coalizão de ultradireita e antissistema, para quem pede "esclarecimentos".
O desvio italiano é "sem precedentes na história do Pacto de Estabilidade e Crescimento" a ser seguido pelos 19 países do euro, escreve a Comissão nesta missiva, na qual também pede a Itália para apresentar as suas observações antes da "segunda-feira 22 de outubro ao meio-dia".
Os 19 países da zona do euro entregaram até segunda-feira seus planos orçamentais para 2019 à Comissão, que deve agora realizar uma análise e, se houver um risco de violação das regras europeias, você pode pedir esclarecimentos preliminares.
De Bruxelas, onde participa de uma cúpula europeia, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse na quinta-feira que "observações críticas" são esperadas. "Com o passar do tempo, acho o nosso orçamento cada vez mais bonito", acrescentou.
Além da Itália, outros países que poderiam receber cartas semelhantes do Executivo da UE são a Bélgica e a Espanha, assim como a França e Portugal. No entanto, uma carta da comunidade, se aplicável, será para pedir mais informações.
Bruxelas está, assim, iniciando o sua disputa sobre as contas com o governo populista italiano, que apresentou um déficit de 2,4% do PIB para o próximo ano, apesar de seu antecessor no Palácio Chigi ter se comprometido com 0,8%.
As preocupações sobre o orçamento italiano são ainda maiores considerando a dívida pública italiana (131% do PIB), a segunda maior dos países da zona do euro, atrás apenas da Grécia.
Se Roma não alterar seu orçamento, a Comissão Europeia poderá rejeitá-lo antes do final do mês, algo que nunca aconteceu na história do bloco europeu.