Os rebeldes huthis do Iêmen acusaram nesta terça-feira (18) a comunidade internacional de cumplicidade com o "terrorismo" da Arábia Saudita e seus aliados, que, na segunda-feira, lançaram uma ofensiva contra a cidade portuária de Hodeida (oeste).
Por esta localidade estratégica transita a ajuda humanitária internacional à população iemenita vítima do conflito no país.
"Vários depósitos internacionais de alimentos foram atacados em Hodeida", informou Mohamed Ali Al-Huthi, chefe do Conselho Supremo Revolucionário dos rebeldes.
"Isto mostra claramente que os Estados Unidos, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e seus aliados pretendem fazer desses armazéns e dos bairros densamente povoados alvos legítimos de suas operações terroristas", acrescentou.
As forças pró-governamentais iemenitas e a coalizão sob a liderança saudita anunciaram na segunda-feira uma nova ofensiva militar para retomar a cidade de Hodeida, o principal ponto de entrada para as importações e ajuda humanitária internacional.
Segundo a ONU, a retomada ofensiva em Hodeida pode causar um novo drama humanitário.
O país se encontra igualmente ameaçado por uma terceira onda de cólera.
Em 13 de junho de 2018, as forças pró-governo e seus aliados Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos já haviam lançado um ataque sobre o porto de Hodeida. Os Emirados Árabes deram à ONU até 12 de junho para encontrar uma solução e obrigar os huthis a abandonar Hodeida sem lutar.
Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos afirmam que tomaram medidas para assegurar a continuidade do fluxo da ajuda humanitária, apesar da operação militar.
A guerra no Iêmen é travada entre as forças pró-governo, apoiadas pela Arábia Saudita e seus aliados, e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
Os rebeldes controlam parte do território, incluindo a capital do país, Sanaa.
Até agora, o conflito deixou cerca de 10 mil mortos, mais de 56 mil feridos e causou a pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.