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Estado de Minas

'Sequestro' de bilionário chinês desperta medo em Hong Kong


postado em 01/02/2017 21:52

O mistério em torno do suposto sequestro em Hong Kong de um bilionário chinês aumentou nesta quarta-feira (1º), após a divulgação de uma propaganda em seu nome jurando fidelidade à China, em um novo caso que alimenta o temor de ingerência de Pequim na ex-colônia britânica.

Jornais em chinês baseados no exterior informaram que Xiao Jianhua foi sequestrado na semana passada em um hotel de luxo de Hong Kong por agentes de segurança chineses. Desde então, o paradeiro de um dos homens mais ricos da China é desconhecido.

Esses relatos dão a entender que seu desaparecimento está relacionado com a campanha anticorrupção em vigor no continente que, segundo críticos, serve para atacar os opositores políticos do presidente chinês, Xi Jinping.

Um anúncio publicado hoje na primeira página do jornal Ming Pao, de Hong Kong, atribuído a Xiao, aponta que ele "sempre amou o Partido Comunista e o país", e que em breve se reunirá com a imprensa.

"Eu pessoalmente acredito que o governo chinês é civilizado e tem um Estado de Direito", diz o anúncio.

"Eu não fui sequestrado", completa.

No texto, o bilionário acrescenta que também tem nacionalidade canadense e que está recebendo tratamento médico no exterior.

Segundo o jornal South China Morning Post, também de Hong Kong, que citou uma fonte próxima a Xiao, o bilionário está na China, não está recebendo qualquer tratamento médico e não está em contato com sua família.

Fundador do Tomorrow Group, que tem participações no mundo financeiro e no mercado imobiliário, Xiao já havia negado anteriormente acusações de que fugiu de Hong Kong em 2014 para escapar da campanha anticorrupção lançada pelo presidente chinês.

Segundo informações da imprensa ocidental, Xiao atuou como intermediário a favor de dirigentes chineses, inclusive para a família do presidente Xi. Já o site de notícias em chinês no exterior Bowen Press afirma que o bilionário também pode estar relacionado com uma "coalizão anti-Xi".

Para o analista de Hong Kong Willy Lam, Xiao pode ter sido atacado, porque sabia de "detalhes potencialmente embaraçosos" sobre operações financeiras envolvendo os principais clãs políticos chineses.

É ilegal que agentes do continente intervenham em Hong Kong, mas o caso do desaparecimento, em 2015, de cinco editores conhecidos por publicar livros contra a classe política chinesa levou à crítica generalizada de que a China havia ultrapassado essa linha.


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