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Estado de Minas

Paris abrirá em outubro primeiro centro de recepção de migrantes


postado em 06/09/2016 14:37

A cidade de Paris abrirá em meados de outubro seu primeiro centro de recepção temporário para migrantes, que tem por objetivo reduzir o aumento dos acampamentos informais na capital francesa, local de passagem de um número crescente de exilados.

O centro, instalado em uma antiga área industrial situada no norte da cidade, será reservado aos homens, sem nenhuma condição em relação ao seu status administrativo. Abrirá com uma capacidade para 400 pessoas, que aumentará a 600 antes do fim do ano, disse em uma coletiva de imprensa a prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo.

Outro centro com 350 vagas, para mulheres e crianças, será aberto até o fim do ano em uma antiga fábrica de Ivry-sur-Seine, comunidade popular da periferia sul da capital, acrescentou a prefeita, que lançou este projeto no fim de maio.

Durante "cinco a seis dias", os migrantes poderão realizar um check-up médico, receber ajuda psicológica e conselhos jurídicos, antes de ser orientados a outras estruturas de recepção.

Nos seis primeiros meses do ano, 240.000 pessoas chegaram ilegalmente à Europa, especialmente através da Itália, segundo o órgão de controle das fronteiras externas da União Europeia, Frontex.

A França, que é especialmente um país de trânsito, não está em primeiro lugar destas chegadas. Registrou apenas 80.000 demandas de asilo em 2015, longe do milhão de petições formuladas na Alemanha.

Mas estes números aumentam (20.000 pedidos a mais que em 2014) e Paris, que observa a chegada de várias dezenas de migrantes por dia, enfrenta há mais de um ano "um fluxo migratório sem precedentes", segundo a prefeitura.

Afegãos, sudaneses, somalis ou sírios, os exilados se instalam debaixo das pontes, em parques ou prédios abandonados, não muito longe da estação de trem Gare du Nord, de onde esperam prosseguir sua viagem ao norte do continente.

- Exasperados -

Desde junho de 2015, as autoridades desmantelaram 28 acampamentos informais, por razões de segurança e de salubridade. Desde este verão (no hemisfério norte), as evacuações são sistemáticas a partir do momento em que surge um embrião de acampamento.

A última concentração de centenas de migrantes, que acampavam em uma grande avenida, foi colocada abaixo na manhã desta terça-feira pelas forças de ordem.

Em cada desmantelamento, os residentes são enviados para diferentes lugares, abrigados algumas noites em hotéis ou ginásios. Mas, com a carência de solução permanente, muitos retornam a Paris, enquanto outros seguem seu caminho ao norte da França.

O maior acampamento de migrantes da França, em Calais, aumentou em alguns meses até abrigar em agosto 7.000 pessoas, segundo as autoridades, e 9.000, de acordo com as associações.

A superpopulação aumentou as tensões no acampamento, com brigas entre migrantes e moradores próximos. Na segunda-feira, comerciantes, agricultores e caminhoneiros bloquearam a estrada que leva o porto de Calais para pedir o desmantelamento rápido desta chamada "selva".

Em outros lugares, a presença de migrantes causa atritos. Um futuro centro de recepção em Forges-les-Bains, um subúrbio parisiense, foi incendiado na noite de segunda-feira e os primeiros elementos da investigação indicam que se tratou de um "incêndio voluntário", segundo a procuradoria local.

Em Paris, o acampamento humanitário prometido por Anne Hidalgo estará situado perto da Porte de la Chapelle, bairro popular e mestiço, onde todos os habitantes não estão muito de acordo com o projeto.

"Basta, é sempre nos mesmos bairros!", disse Fabienne Remerand-Moreau, moradora da região interrogada pela AFP.

"É acrescentar miséria onde já há muita, é uma lógica injusta", indicou Tamara P., estudante de 24 anos, que não quis divulgar seu sobrenome.


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