A Promotoria de Paris solicitou um processo por "assédio moral" contra a France Télécom e seu ex-presidente Didier Lombard no caso da onda de suicídios de funcionários da empresa, informou uma fonte judicial.
A France Télécom e Didier Lombard são suspeitos de aplicar uma política de desestabilização dos funcionários para acelerar os pedidos de demissão na empresa, afetada por uma onda de suicídio em 2008 e 2009.
A France Télécom, agora Orange, é a primeira empresa do índice CAC 40 da Bolsa de Paris acusada de assédio moral. Um processo obrigaria a justiça a pronunciar-se sobre o primeiro caso de assédio em grande escala em uma empresa deste porte.
No requerimento, com data de 22 de junho, a Promotoria também pede um processo por assédio moral para outros dois executivos, Louis-Pierre Wenes, ex-número dois da empresa, e Olivier Barberot, ex-diretor de Recursos Humanos, e para quatro executivos por cumplicidade, de acordo com a fonte judicial.
A Promotoria alega que France Télécom aplicou a partir de 2007, com "ações repetidas", uma política empresarial que teve como efeito "desestabilizar" os funcionários e "criar um clima profissional de ansiedade", em um contexto delicado de reestruturação, segundo uma fonte próxima à investigação.
Trinta e nove vítimas são citadas, especialmente no período 2006-2011: 19 cometeram suicídio, 12 tentaram e oito sofreram depressão ou pediram licença. De acordo com os sindicatos e a direção, 35 funcionários se mataram em 2008 e 2009.