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Estado de Minas

Maduro denuncia 'assédio permanente da ONU para isolar a Venezuela'


postado em 12/11/2015 17:25

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou nesta quinta-feira ante as Nações Unidas um "assédio permanente da ONU para tentar isolar a Venezuela", depois que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos expressou suas preocupações sobre a imparcialidade da justiça em seu país.

"Hoje a Venezuela enfrenta um assédio permanente e a má utilização, a manipulação do tema dos direitos humanos (...) para tentar isolar nosso país", declarou Maduro ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

"Não é a primeira vez que algum funcionário lança acusações imprudentes (...) contra a pátria de Simón Bolívar", acrescentou o presidente venezuelano durante o encontro realizado a pedido de Caracas.

Antes do discurso de Maduro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU falou de suas sérias preocupações em relação à "imparcialidade dos juízes e promotores" na Venezuela, e afirmou que os casos do líder opositor Leopoldo López, preso em fevereiro de 2014, e o da juíza María Lourdes Afiuni, que obteve em 2013 a liberdade condicional três anos e meio depois de ser detida por um caso de suposta corrupção, são "ilustrações evidentes" dessa falta de imparcialidade.

"Um bom número de órgãos de direitos humanos da ONU (...) expressaram sérias preocupações sobre a independência do poder judicial na Venezuela, a imparcialidade dos juízes e promotores e as pressões que enfrentam quando se trata de casos politicamente sensíveis", indicou o Alto Comissário, Zeid Ra'ad Al Hussein.

Ele também expressou sua preocupação com a "intimidação, ameaças e ataques a jornalistas, defensores dos direitos humanos e advogados".

Também considerou muito preocupante a declaração de um amplo estado de exceção em 24 municipalidades, o que suspende várias garantias aos direitos humanos.

O estado de exceção, em vigor desde 21 de agosto, é aplicado a várias localidades ao longo da fronteira com a Colômbia, em um momento em que os dois países tentam resolver um conflito diplomático em torno de contrabando.

Várias vítimas e opositores venezuelanos apresentaram na quarta-feira uma solicitação ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) para que investigue Maduro e autoridades do país por "crimes contra a Humanidade".

Os Estados Unidos consideraram o discurso de Maduro "uma clara tentativa de utilizar o Conselho de Direitos Humanos da ONU para desviar a atenção das próprias ações do governo para restringir as liberdades fundamentais", declarou o porta-voz da embaixada americana, Paul Patin.

Sobre o vídeo de Zeid, Maduro considerou "uma falta de respeito com a Venezuela", antes de deixar a ONU com sua esposa, Cilia Flores, sem fazer outras declarações.

Em seu discurso Maduro também não comentou a prisão de dois sobrinhos de sua esposa, que devem comparecer esta quinta-feira ante um tribunal americano por tentar introduzir cocaína nos Estados Unidos.

Neste clima de tensão, a Venezuela se prepara eleições legislativas em 6 de dezembro.

Pela primeira vez desde que chegou ao poder em 1999, o chavismo deverá enfrentar eleições parlamentares em que a oposição aparece com uma vantagem de entre 14 e 31 pontos percentuais em várias pesquisas, apesar de o governo citar pesquisas que o favoreçam.


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