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Estado de Minas

Mais velho organismo vivo recorria a método criativo de reprodução


postado em 04/08/2015 16:01

Uma das mais antigas formas de vida complexas conhecidas, com mais de 565 milhões de anos, lançaria mão de um modo duplo de reprodução sofisticado, segundo um estudo publicado na revista americana Nature.

O fóssil analisado pelos pesquisadores é o 'Fractofusus', um dos mais antigos organismos multicelulares complexos conhecidos, cujos primeiros espécimes foram descobertos nas colinas do Ediacaran, na Austrália.

"Utilizamos o termo organismo complexo porque o 'Fractofusus' é grande, com um corpo complexo e suscetível de ser constituído por um conjunto de várias células vivas", explicou à AFP Emily Mitchell, pesquisadora da Universidade de Cambridge e coautora do estudo.

Pouco se sabe sobre esse estranho organismo: ele não se move, vive em águas profundas, longe da luz e deixa uma pegada oval em forma de samambaia, com cerca de 10 cm de comprimento e de 3 a 4 cm de largura.

"O 'Fractofusus' é diferente de tudo que está vivo hoje", disse Mitchell. "Não se trata de uma planta, uma vez que não tinha acesso à luz, mas não se parece com um animal e nem a um cogumelo", acrescentou.

Ao analisar a distribuição espacial dos fósseis de Terra-Nova, no Canadá, os pesquisadores conseguiram demonstrar que este velho organismo poderia se valer de dois modos de reprodução diferentes.

"A grande maioria dos bebês 'Fractofusus' são clones", explica a pesquisadora. "Eles são concebidos graças à produção de hastes (estolões), um modo de reprodução assexuada". Um pouco como um pé de morango que se reproduz desenvolvendo raízes que crescem horizontalmente. Estas raízes dão origem, ao se enterrar no solo, a um novo morangueiro.

Mas este não é o único modo de reprodução disponível a este animal curioso. De acordo com o estudo, ele poderia produzir propágulos - um órgão de disseminação e reprodução - que derivam ao longo do curso.

"Não sabemos exatamente o que eram esses propágulos. Poderiam ser gametas (sementes resultantes da reprodução sexual) ou botões minúsculos. O estudo aponta que este modo de reprodução, que lhe permitiu colonizar novas áreas, parecia menos difundido do que a produção de clones.

"Se for verificado que os propágulos de nosso 'Fractofusus' são gametas, poderia ser o primeiro traço de reprodução sexual", concluiu a pesquisadora.

E este não é o único mistério que envolve este animal: o seu aparecimento súbito e seu repentino desaparecimento também permanecem um mistério.


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