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Estado de Minas

Negociações climáticas se aceleram em Lima


postado em 12/12/2014 21:25

As negociações da conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20) entraram nesta sexta-feira em uma corrida contra o tempo, com os países ricos e pobres tentando aparar diferenças em torno dos compromissos que assumirão para deter o aquecimento global.

As discussões entre as 195 delegações devem ser concluídas nesta sexta-feira, com o rascunho de um novo pacto global que definirá as medidas para se reduzir as emissões de carbono e avançar em direção a um modelo de produção com menos impacto sobre o meio ambiente.

"Tenho uma sensação de otimismo e vejo que é o momento para a ação", disse nesta sexta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, após se reunir no Palácio do Governo com o presidente peruano, Ollanta Humala.

"Os negociadores já estão convergindo para um rascunho na COP20 visando a reunião COP21 em Paris, em 2015", revelou Ban.

Durante a tarde, o presidente da COP20, o peruano Manuel Pulgar Vidal, fez um apelo à aceleração das negociações e por um consenso sobre o texto final ainda nesta sexta-feira.

"Estamos quase lá. Devemos apenas fazer um esforço final. Necessitamos tomar uma decisão política", disse Pulgar ao realizar uma avaliação das discussões.

"Iniciamos um processo importante para concluir com sucesso este dia".

As organizações ambientais advertiram que se os compromissos dos países em Lima forem modestos, isto será catastrófico para o acordo final previsto para o próximo ano, em Paris.

A entrada em vigor do acordo está prevista para 2020.

O objetivo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa para limitar o aquecimento global a 2ºC até o final do século.

"As decisões adotadas hoje nos colocarão em um caminho de trabalho para Paris ou nos condenarão a um futuro perigoso", disse à AFP Jan Kowalzig, assessor de políticas da Oxfam.

- Princípio de diferenciação -

As divergências de última hora envolvem a maneira de se interpretar o princípio de "diferenciação" sobre as responsabilidades que correspondem a cada país na mudança climática.

Os países em vias de desenvolvimento defendem a ideia de que as nações ricas são as principais responsáveis pelo aquecimento global e, diante disto, devem assumir maiores responsabilidades.

Mas os países desenvolvidos afirmam que os gigantes emergentes - como China e Índia - também devem fazer grandes esforços devido ao fato de que suas indústrias - baseadas na energia do carvão - são altamente contaminantes.

Os Estados Unidos planejam reduzir, até 2025, suas emissões de carbono em entre 26% e 28%, em relação aos níveis de 2005.

A China também se comprometeu, pela primeira vez, a limitar suas emissões, como fez a União Europeia.

Na quinta-feira, o secretário americano de Estado, John Kerry, exortou as nações menos desenvolvidas a reduzir o uso de combustíveis fósseis, estimando que estes países também devem fazer sua parte.

"Sei que as discussões podem gerar tensão e são difíceis, mas devemos recordar que hoje mais da metade das emissões globais procede dos países em desenvolvimento. Assim, é imperativo que eles também ajam".

De acordo com o Programa do Meio Ambiente da ONU, os países desenvolvidos reduziram em entre 51,8% e 40,9% sua incidência global de emissões, enquanto as nações em desenvolvimento elevaram sua participação em entre 48,2% e 59,1% no período 2000-2010.

- Contribuições -

As nações em via de desenvolvimento exigem ainda que a lista de compromissos exceda a redução de emissões de carbono.

A responsabilidade por décadas pela contaminação devido à industrialização deve incorporar promessas de ajuda financeira às nações pobres cujas populações sofreram ou sofrem com os impactos da mudança climática.

Mas o rascunho do texto discutido entre as delegações traz referências ao financiamento "muito vagas", disse à AFP Tasneem Essop, da organização WWF.


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