O Missouri prevê executar nesta quarta-feira seu oitavo condenado à morte, um recorde para um Estado americano em 2014, que recorrerá ao mesmo coquetel utilizado nas três execuções precedentes, que provocaram grande polêmica.
A execução está prevista para às 00H00 local em Bonne Terre (02H00 Brasília), e envolve o afro-americano Earl Ringo, 40 anos, condenado pelo assassinato, em 1998, de um homem e de uma mulher que trabalhavam em um restaurante assaltado.
Uma ação coletiva contra o Missouri por não revelar a origem dos produtos utilizados no coquetel letal foi apresentada nesta terça-feira.
Ringo fez sua última apelação contra o uso do polêmico sedativo Midazolam, que as autoridades do Missouri finalmente admitiram utilizar nas execuções.
O Midazolam é utilizado para reduzir a angústia do condenado, mas é aplicado muito antes da injeção letal do anestésico Pentobarbital, mencionado explicitamente no protocolo de execução.
O Midazolam tem sido um denominador comum nas críticas às três recentes execuções no Missouri, onde os réus agonizaram por longo tempo.
Em execuções em Ohio, Oklahoma e Arizona, três condenados agonizaram durante 26 minutos, 43 minutos e quase duas horas, respectivamente, desde o início de 2014.
Normalmente, o óbito de um condenado à morte é declarado cerca de dez minutos após o início da aplicação da injeção letal.
Os advogados de Ringo pediram a um tribunal federal que adie a execução, sob a alegação de que as autoridades do Missouri cometeram perjúrio sobre os componentes do coquetel letal.
Ringo será o oitavo executado no Missouri em 2014, e o 28º em todo o país.
Horas após o horário previsto para a morte de Ringo, o Texas executará seu oitavo condenado em 2014, Willie Trottie, 45 anos, culpado do assassinato de sua companheira e do irmão da jovem em Houston, no ano de 1993.