O saneamento de águas residuais é um dos maiores desafios que enfrentam os países da América Latina e do Caribe, uma das regiões com as maiores reservas do líquido vital no planeta, disse nesta segunda-feira Benedicto Braga, presidente do Conselho Mundial da Água.
"Sem dúvida, a questão da água e o saneamento e tratamento de efluentes de águas residuais é um tema muito importante para América Latina porque a cobertura não é muito boa para o saneamento", disse Braga na inauguração da segunda edição da Semana da Água Latino-americana, celebrada na Cidade do México.
Segundo Vanessa Rubio, vice-secretária mexicana para a América Latina, 94% da população na região têm acesso à água potável, embora esta não seja a realidade de 110 milhões de pessoas.
Braga informou que os países da América Central e do Caribe enfrentam dificuldades maiores para resolver problemas de água relacionados com os efeitos das mudanças climáticas e suas repercussões negativas, como a seca e as inundações em algumas regiões.
Além disso, segundo ele, a região é a que requer mais apoio para criar infraestrutura de geração de energia.
"O tema do saneamento não é bom em nenhum" dos países latino-americanos, disse Braga.
Ao participar da inauguração da Semana da Água, Rubio concordou em que a disponibilidade de água limpa e segura nos países da América Latina é muito variável, apesar de que a cada ano a região receba 30% do volume total do líquido através das chuvas.
A título de exemplo, mencionou que a bacia do Amazonas contribui com 20% da água superficial do mundo.
A América Latina conta, ao ano, com um volume de água médio por habitante equivalente a quatro vezes a média mundial, acrescentou a funcionária.
Participam da Semana da Água representantes de vários países latino-americanos, que coincidiram em que as mudanças climáticas geraram grandes problemas para as formas de produção agrícola tradicional e a segurança alimentar.