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Estado de Minas

Veteranos do Desembarque viajam à Normandia, apesar da idade e do cansaço


postado em 06/06/2014 12:16

Ex-combatentes, muitos deles com mais de 90 anos, se dirigiram entusiasmados nesta sexta-feira à comemoração do 70º aniversário do Desembarque aliado de 1944, apesar de sua idade e do cansaço da viagem à França.

Setenta anos depois de ter enfrentado os disparos alemães, Ken Godfrey, de 89 anos, originário de Derbyshire, na Grã-Bretanha, enfrentou com orgulho quase dois quilômetros de caminhada por uma estrada, debaixo de sol, até o cemitério britânico de Bayeux.

Sem deter o passo, apesar das subidas e descidas do caminho, passa junto a centenas de curiosos que o aplaudem, gritando "obrigado" em francês e inglês.

Godfrey sorri e acena e depois também aplaude, antes de beijar de forma galanteadora a mão de uma mulher.

Godfrey não desembarcou no dia 6 de junho, mas alguns dias depois para se unir à linha de frente.

"Entre os alemães e nós, não havia ninguém", conta a AFP. "Volto a me ver avançando penosamente no mar, com água no peito", acrescenta.

"Não gosto de falar dos combates. Se as pessoas me perguntam, digo apenas que foram momentos terríveis. Mas tenho a sorte de ter sobrevivido", diz.

Em Hermanville-sur-Mer, diante de sua primeira-ministra, Erna Solberg, sete veteranos noruegueses, com dificuldade para caminhar, se levantam de suas cadeiras de rodas para pisar mais uma vez na praia. Alguns deles precisam de ajuda, outros conseguem sozinhos, com uma muleta ou duas.

"É maravilhoso para um idoso de 91 anos, é como voltar para casa", afirma o australiano Bob Cowper.

Na noite de 5 de junho e na madrugada de 6, sobrevoou o norte da França em um bombardeiro, buscando aeronaves inimigas, com o objetivo de proteger as tropas terrestres, como fez durante as 10 noites seguintes.

"Derrubamos muitos bombardeiros alemães e todos os que derrubamos eram bombardeiros grandes que carregavam bombas controladas por rádio, por isso penso que nossa contribuição foi positiva", afirma Cowper à AFP, enquanto espera que a rainha Elizabeth da Inglaterra chegue ao cemitério.

"Vimos o avanço durante o dia. O mar estava coberto de barcos e os aviões rugiam no céu", acrescenta.

Enquanto seus netos brincam na areia perto dele, Robert Jones, de 88 anos, lembra os corpos amontoados dos soldados alemães. O ex-soldado de infantaria britânico conta que chorou quando visitou o túmulo de um de seus amigos, o que, afirma, o fez reviver um dos piores combates dos quais participou.

"Caminhava por esta floresta que cheirava à morte, o que me aterrorizou de verdade e comecei a tremer", lembra.

Na Normandia desembarcaram 130.000 soldados. A batalha deixou cerca de 37.000 mortos no grupo aliado e entre 50.000 e 60.000 do lado alemão.

A maioria dos ex-combatentes já têm mais de 90 anos, razão pela qual, para muitos, esta sexta-feira será provavelmente a última vez que pisarão na areia das praias cujos nomes em código eram Utah, Omaha, Sword, Juno e Gold.

"Na minha idade, a vida tende a ficar um pouquinho chata. Então você precisa agarrar qualquer chance de excitação", declarou na quinta-feira Jock Hutton, de 89 anos, depois de voltar a saltar (desta vez em conjunto) de paraquedas sobre a Normandia, como fez há 70 anos.


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