O senador republicano John McCain disse nesta segunda-feira que estava descartada uma intervenção militar dos Estados Unidos na Ucrânia, mas criticou o presidente Barack Obama por sua falta de liderança frente a seu homólogo russo, Vladimir Putin.
"Trata-se de uma intervenção flagrante de Vladimir Putin e isso deveria ser inaceitável para o mundo", afirmou o senador republicano, que foi o rival derrotado por Barack Obama na escolha presidencial de 2008, no preâmbulo de um discurso na conferência anual do principal grupo de pressão pró-israelense dos Estados Unidos, Aipac (American Israel Public Affairs Committee), em Washington.
"Tenho que ser muito franco com vocês, não existe uma opção militar que possamos empreender agora, mas o país mais poderoso, maior e mais forte do mundo dispõe de muitas alternativas", disse o senador.
Entre elas: identificar os "cleptocratas" e sancionar os responsáveis russos mais corruptos incluindo-os na lista Magnitski, criada por iniciativa do Congresso em dezembro de 2012.
Os funcionários russos envolvidos na morte na prisão em 2009 do jurista Serguei Magnitski e que figuram nessa lista, são proibidos de entrar nos Estados Unidos e seus bens nesse país estão congelados. Serguei Magnitski denunciou o desvio de fundos públicos por funcionários russos.
A crise ucraniana é "o resultado de uma política externa ineficaz" e "ninguém acredita na força dos Estados Unidos", afirmou John McCain. "O presidente considera que a Guerra Fria está terminada, é verdade, terminou, mas Putin não acredita que já terminou!", acrescentou.
As potências ocidentais buscavam nesta segunda-feira uma solução diplomática com a Rússia à crise ucraniana, em um momento em que comandos armados pró-russos controlavam a Crimeia, uma península ao sul da Ucrânia de população que majoritariamente fala russo.