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Estado de Minas

Mistério de menina achada com ciganos renova esperança de pais de desaparecidos


postado em 23/10/2013 18:49

A descoberta de uma menina loira de origem desconhecida, em um acampamento de ciganos da Grécia, alimenta a esperança de milhares de pais que acreditam que ela possa ser sua filha ou que esperam que o caso traga pistas sobre seus bebês desaparecidos.

Até o fim de semana, mais de oito mil pais de crianças desaparecidas haviam entrado em contato com a organização grega Sorriso de Criança, que se encarregou da guarda da menina.

"São, com frequência, pais que buscam uma semelhança entre sua filha e a menina encontrada. Dá esperança", disse à AFP a vice-secretária-geral da ONG Missing Children Europe, Delphine Moralis. "Muitos telefonam perguntando se é sua filha. Outros esperam que se consiga uma pista para encontrar seus filhos desparecidos", acrescentou.

"Eu e minha família estamos muito contentes com a notícia", declarou ao canal grego ITV Kerry Needham, mãe de Ben, um bebê britânico de 21 meses desaparecido na ilha grega de Kos, em 1991.

"Esperamos que o desaparecimento de Ben seja investigado novamente", afirmou.

Vários casos de sumiço de bebês são alvo de investigações para determinar se há uma relação entre esses casos e a menina encontrada na Grécia. Mas é apenas uma gota d'água no oceano dos milhares de desaparecimentos registrados ano após ano na Europa.

"Cerca de 250 mil crianças desaparecem todo ano na Europa", ou seja, "é uma criança a cada dois minutos", segundo números da Comissão Europeia, informou Delphine Moralis. Ela relativiza essa estimativa, porém, alegando que "a coleta de informações em nível europeu deixa muito a desejar".

Os três ciganos foram detidos na ilha de Lesbos (nordeste), diante das suspeitas de que teriam sequestrado um bebê de dois meses e meio - disse à AFP o policial responsável pela área do norte do Egeu, Panagiotis Kordonuris.

"Foram detidos quando iam registrar o bebê com documentos falsos nas autoridades locais", em Mitilene, capital da ilha.

Investigações continuam

Entre esses casos de desaparecimento, há um grande número de fugas de menores, assim como crianças "sequestradas por um dos pais", quando se trata de separações litigiosas. Na verdade, "os desaparecimentos muito preocupantes" são uma ínfima minoria, correspondente a algo entre "2% e 5% dos casos", ou seja, entre cinco mil e 12.500 crianças.

"Qual é o número real?", questiona Eric Mouzin, pai de Estelle, uma francesa desaparecida em 2003.

"Dez mil crianças já é o número de moradores de uma pequena cidade", afirma ele, acrescentando que "o que falta é um arquivo central de crianças desaparecidas".

Em 25 países da Europa, um número de telefone comum (116000) está disponível 24 horas por dia para a denúncia de desaparecimentos de menores.

As associações de proteção de crianças, reunidas na federação Missing Children Europe, trocam informações e podem divulgar os anúncios de desaparecimentos em outros países. A foto da menina encontrada na Grécia foi incluída na página de Internet do Centro Francês de Proteção da Infância, por exemplo.

Na Bélgica, a ONG Child Focus, criada pelo pai de uma das vítimas de um assassino em série de crianças, lança campanhas regularmente, espalhando cartazes que cada vez mais ganham as redes sociais. Em alguns países, os canais de televisão dão espaço às famílias. Na semana passada, os pais da britânica Maddie McCann, desaparecida em Portugal em 2007, fizeram um apelo por testemunhas em uma emissora alemã.

Em outros, utiliza-se o recurso de alertas públicos difundidos por todos os meios, incluindo os painéis luminosos das estradas. Na França, esse dispositivo foi adotado em 2006. Foi usado poucas vezes, desde então, mas com sucesso.

Cada vez que um refém é encontrado, como foi o caso de Natascha Kampusch, na Áustria em 2006, ou das jovens libertadas em Cleveland, nos Estados Unidos, este ano, a esperança dos pais se renova. Alguns esperam angustiados há anos por uma resposta.

Isso "pode devolver a esperança às famílias e também justifica que sejam mantidas as buscas pelas crianças e que se continue lutando para saber a verdade sobre elas", defendeu Alain Boulay, que fundou a associação Ajuda aos Pais de Crianças Vítimas (Apev, na sigla em francês) há mais de 20 anos.

O pai de Estelle Mouzin espera que a investigação sobre a menina encontrada na Grécia permita saber "exatamente o que aconteceu e tirar as conclusões necessárias".


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