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Estado de Minas

Polícia do Rio ocupa Complexo do Lins


postado em 06/10/2013 10:16

A polícia do Rio de Janeiro ocupou neste domingo o complexo de favelas do Lins, na zona norte da cidade, em mais uma etapa do processo de pacificação nas comunidades dominadas pelo narcotráfico.

Quase 370 oficiais da Polícia Militar, apoiados por fuzileiros da Marinha em blindados, entraram nas 12 favelas do Complexo do Lins e Camarista Méier pouco depois das 6h00.

No total, mil oficiais das forças de segurança - incluindo militares, policiais federais e civis - participaram na operação.

A operação durou 50 minutos e transcorreu sem troca de tiros. Depois de entrar no complexo, a polícia começou a revistar casas e interrogar suspeitos.

"Era um clamor daquela população há muito tempo", afirmou o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, ao site G1.

No conjunto de favelas, que tem população estimada de 15.000 pessoas, serão instaladas a 35ª e 36ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

"Como na maioria das comunidades, não precisamos de uma UPP. Não nos representa. Se algum morador disser que aceita a UPP é mentira", afirmou uma moradora, que identificou apenas como Márcia, de 51 anos.

O programa de implementação das UPPs passa por um momento de críticas por denúncias de corrupção e tortura na Rocinha, a maior favela do Rio.

Esta semana, 10 policiais foram presos acusados de terem torturado até a morte o pedreiro Amarildo de Souza e depois ocultado o corpo.

Segundo a investigação da Polícia Civil, Amarildo foi uma das 23 pessoas torturadas para a obtenção de informações sobre o tráfico na região.

"Tenho medo que outros Amarildos apareçam", disse Márcia à AFP.

O "caso Amarildo" provocou muitos protestos contra o governador Sérgio Cabral.

"Por este caso isolado não vamos deixar de acreditar na polícia de pacificação", disse o defensor público Nelson Bruno, que acompanhou a ocupação para constatar que não aconteceram abusos durante a operação.

"Tudo está tranquilo, sem reclamações. O sentimento é de tranquilidade e esperança", disse Bruno, que acompanha as "pacificações" desde a ocupação cinematográfica no Complexo do Alemão em 2010.

A polícia apreendeu uma quantidade ainda não divulgada de drogas e munições.

Durante a semana, dois suspeitos de narcotráfico foram mortos no Lins em confrontos com a polícia prévios à pacificação.

"A paz não é conseguida com fuzil, isto é mentira. Queremos o fim da UPP", disse à AFP André Luiz Constantine, 38 anos, do grupo Favela Não Se Cala.

A criação das UPPs é parte do esforço do Rio de Janeiro para melhorar a situação de segurança antes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Nas 34 UPPs instaladas até o momento trabalham 8.500 policiais. O governo estadual espera alcançar 40 unidades em 2014.


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