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Estado de Minas

Coreia do Norte posiciona novo míssil, dizem sul-coreanos

Capaz de levar uma ogiva nuclear e atingir o Japão e a Ilha de Guam, artefato foi movido para a costa leste do país


postado em 05/04/2013 06:00 / atualizado em 05/04/2013 07:38

Míssil Musudan é mostrado durante parada militar, em 2012: arma pode destruir alvos na Coreia do Sul e no Japão(foto: AFP PHOTO / FILES / Ed Jones )
Míssil Musudan é mostrado durante parada militar, em 2012: arma pode destruir alvos na Coreia do Sul e no Japão (foto: AFP PHOTO / FILES / Ed Jones )

 Com um alcance médio de 3 mil quilômetros, o Musudan – um míssil de fabricação própria e capaz de transportar uma ogiva nuclear – e componentes foram levados de trem, ontem, até a costa leste da Coreia do Norte. Em tese, o artefato poderia atingir a Coreia do Sul, o Japão e, possivelmente, a Ilha de Guam, pertencente aos Estados Unidos. Fontes de inteligência sul-coreanas e norte-americanas, consultadas pela agência de notícias Reuters, confirmaram a manobra, que ameaça agravar a já delicada situação no Leste da Ásia. "Pode ser destinado a realizar testes de disparos ou treinamentos militares", declarou o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Kwan-Jin, ante parlamentares. Nas últimas horas, aumentaram as suspeitas de que Pyongyang estaria preparando o lançamento de um míssil balístico nos próximos dias ou semanas. Não está claro, no entanto, se o armamento em questão seria o Musudan. Citando autoridades de Washington e de Seul, a agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, indicou 15 de abril como a data provável, a fim de coincidir com o aniversário de Kim Il-sung, avô do ditador Kim Jong-un e fundador da Coreia do Norte. Como medida preventiva, os EUA moveram um sistema de defesa antimísseis THAAD para Guam, que serve de base para 4,3 mil soldados norte-americanos. O país comunista ainda ameaçou retirar todos os seus 53 mil operários das fábricas

 

"O que estamos vendo agora é um padrão familiar de comportamento. Lamentável, mas familiar", afirmou ontem o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, a bordo do avião Air Force One. Ele garantiu que a Casa Branca está adotando "todas as precauções necessárias" para enfrentar a escalada de ameaças. Na base de Camp Stanley, a norte de Seul, soldados norte-americanos do 23º Batalhão Químico do Exército realizaram demonstrações de resposta a ataque, durante cerimônia que marcou a retomada de atividade da corporação, nove anos depois de ter abandonado a Coreia do Sul.

 Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), se disse ontem "profundamente preocupado" e pediu ao governo de Pyongyang que "reduza as tensões e se comprometa com a paz e a segurança". "Qualquer erro de cálculo ou julgamento nessa situação pode produzir uma crise na Península Coreana que terá implicações gravíssimas", alertou.

 Apesar da forte retórica belicista do Norte – o regime de Kim Jong-un chegou a autorizar um ataque nuclear contra os EUA –, moradores da Coreia do Sul procuram manter a calma ante o possível risco de uma guerra. "Estamos com um pouco de medo, mas a vida segue normalmente", afirmou por meio da internet o estudante Anwoo Choi, de 26 anos, morador de Seul. "Se um confronto acontecer, eu defenderei meu país." Ele acredita que a pressão dos Estados Unidos e da ONU impede que Kim lance um míssil com ogiva atômica.

 Professor de uma escola pública no bairro de Gangnam, em Seul, casado com uma sul-coreana, o norte-americano Wesley Swan acusou os EUA de desejarem controlar a Coreia do Norte. "Pyongyang quer um tratado de paz formal com os americanos, mas não é correspondido", explica à reportagem, também pela internet. Na opinião dele, a China tem duas opções: substituir Kim Jong-un por um dos irmãos e, então, assinar um tratado de paz com o Sul; ou tentar pôr panos quentes na crise. "Se houvesse um confronto, ele terminaria muito rapidamente e significaria o fim da Coreia do Norte", afirma o também professor de inglês Barry White, 29 anos, morador de Suwon, a 31km de Seul. Ele vê uma jogada do ditador norte-coreano para tentar consolidar-se no poder e igualar-se às figuras do pai, Kim Jong-il, e do avô Kim Il-sung.


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